Várias cidades na China disponibilizaram abrigos aéreos para os seus nacionais chineses escaparem da vaga de calor que atinge parte do país, com as temperaturas a ultrapassarem os 40 graus Celsius e a causarem a morte de muitos animais, como galinhas e porcos.
As temperaturas dentro de alguns abrigos, construídos para acolher população no caso de um ataque aéreo, são cerca de 10 graus mais baixas do que no exterior, tornando-os em locais de eleição para estudar, jogar xadrez, praticar pingue-pongue ou ler livros, segundo a imprensa local.
Dois abrigos em Wuhan, a capital da província de Hubei, no centro da China, vão funcionar 12 horas por dia até setembro. Seis abrigos antiaéreos, com capacidade para acomodar até 2.000 pessoas, em Hangzhou, a capital da província de Zhejiang, no leste da China, foram equipados com ligação gratuita à Internet, bebidas e medicamentos para insolação.
Hangzhou também designou áreas específicas dentro de sete linhas do metro como áreas de descanso, onde cadeiras são fornecidas para os passageiros se refrescarem, de acordo com o jornal ThePaper.cn.
Além de Wuhan e Hangzhou, abrigos antiaéreos estão a ser usados para as populações se refugiarem do calor extremo em Xi’an, na província de Shaanxi, e Nanjing, a capital da província de Jiangsu.
O Centro Meteorológico Nacional da China emitiu este verão 43 avisos de temperatura alta, incluindo 27 avisos amarelos e 16 avisos laranjas, o terceiro e o segundo nível mais alto, respetivamente.
A morte de animais atribuída ao calor extremo
A morte de vários animais foi atribuída ao calor extremo: uma falha no fornecimento de energia numa fazenda em Harbin, na província de Heilongjiang, levou à morte de 462 porcos. Em Suizhou, província de Hubei, uma falha no sistema que aciona os ventiladores, levou à morte de mais de 4.000 galinhas, devido ao calor extremo.
A chegada do fenómeno climático El Niño levou a um aumento das temperaturas a nível mundial. Em julho, foram registados os dez dias mais quentes a nível global desde que há registos.
O aquecimento global e a emissão de gases com efeito estufa aumentaram também a frequência e a intensidade dos climas extremos.
Nos próximos 10 dias, temperaturas acima dos 35 graus são esperadas no sul de Jiangnan, na bacia de Xinjiang, na região de Hexi, da província de Gansu, e no oeste da Mongólia Interior. Algumas áreas podem atingir temperaturas até 42 graus.
A temperatura média global ultrapassou os 17 graus pela primeira vez em 3 de julho e permaneceu acima desse nível nessa semana, de acordo com dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos.