A fatura da luz vai mexer em 2026: para quem está no mercado regulado, a ERSE aprovou uma subida média de 1% e estima um acréscimo mensal entre 0,20€ e 0,37€ (já com taxas e impostos), dependendo do perfil de consumo.
A decisão foi comunicada pelo regulador e divulgada em Portugal pela Lusa, com a nota de que os preços no mercado liberalizado variam por comercializador e dependem do contrato de cada cliente.
No final de setembro, havia 817 mil clientes no mercado regulado em Portugal continental, um universo menor do que o do mercado livre, mas ainda relevante.
Quem paga mais e quanto: exemplos da ERSE
Para um casal sem filhos (potência 3,45 kVA e consumo anual de 1.900 kWh), a ERSE aponta para uma fatura da luz mensal de referência na ordem dos 36,8€, já com taxas e impostos (com exceções específicas), com aumento de cerca de 0,20€ face a dezembro.
Num perfil maior, casal com dois filhos (6,9 kVA e 5.000 kWh/ano), a fatura mensal de referência fica perto dos 95€, com acréscimo médio de 0,37€.
A ERSE lembra ainda que o preço final (no regulado e no livre) inclui tarifas de acesso às redes, reguladas, que entram na fatura de todos os consumidores.
O “travão” da ERSE aos serviços regulados: limite de 10%
Paralelamente às tarifas, há preços de serviços regulados (por exemplo, intervenções, restabelecimentos, leituras extraordinárias) que só são pagos por quem os pede, e aqui surgiram propostas de aumentos bem mais agressivas.
No documento técnico do processo tarifário, aparecem exemplos em que a E-Redes propôs subidas de 40% em certos serviços em horário pós-laboral e em adicionais associados a restabelecimentos urgentes, face aos valores em vigor.
A ERSE, no entanto, diz que a convergência destes preços para os custos deve ser feita de forma gradual e, por isso, limitou os aumentos anuais a 10%, um teto idêntico ao aplicado no ano anterior.
Conselho Tarifário avisa: “perpetua e agrava distorções”
O Conselho Tarifário da ERSE reconhece a lógica de previsibilidade, mas critica o método por poder adiar a aproximação entre preços e custos “reais/efetivos”, afirmando que esta opção “perpetua e agrava distorções” e pode prejudicar a transparência na clarificação do que cada serviço custa.
Este braço-de-ferro ajuda a explicar o ruído em torno de “subidas até 40%” na fatura da luz: há propostas com essa dimensão em serviços específicos, mas o regulador impôs um teto anual para travar saltos abruptos.
Para famílias e pequenos negócios, o impacto mais imediato continua a ser a atualização das tarifas aplicáveis a cada contrato, e, no caso do mercado regulado, a variação média de 1% a partir de janeiro.
O que vale a pena fazer agora
Se está no mercado regulado, confirme se continua a fazer sentido manter-se (há anos em que o mercado livre pode compensar, mas depende do perfil e do preço contratado).
Se está no mercado liberalizado, tenha atenção a contactos do seu comercializador perto de janeiro: as tarifas de acesso às redes mudam e muitos operadores ajustam preçários nessa altura.
E, se tem tarifa social, a ERSE indica um desconto de 33,8% em 2026, aplicável quer no mercado regulado quer no liberalizado (desde que cumpra os critérios).
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