A obesidade em cães e gatos tem vindo a aumentar de forma preocupante e já é considerada um dos principais problemas de saúde nos animais de companhia, afetando mais de metade da população, com taxas estimadas entre os 56% e os 59%.
Este excesso de peso é atualmente o distúrbio nutricional mais comum nos animais domésticos e resulta de uma combinação de vários fatores, incluindo a alimentação, a falta de exercício, a raça, o estado fisiológico e a idade.
A médica veterinária Cheila Teodoro, do AniCura Arco do Cego Hospital Veterinário, explica como prevenir e tratar esta situação de forma adequada.
Alimentação e sedentarismo
Um dos principais fatores está relacionado com a alimentação, de acordo com a revista especializada em animais Veterinária Atual. Os animais não conseguem autorregular a quantidade de comida de que necessitam, o que leva muitos cuidadores a interpretar pedidos frequentes como sinais de fome. A falta de conhecimentos nutricionais acaba por resultar em dietas desequilibradas, muitas vezes baseadas em sobras da alimentação humana.
“Optar por rações comerciais garante o aporte nutricional adequado, sem gorduras e temperos que não são adequados aos animais”, refere a especialista, sublinhando a importância de uma alimentação controlada e ajustada às necessidades de cada animal.
A falta de exercício é outro fator determinante. O sedentarismo contribui diretamente para o aumento de peso, sobretudo nos gatos, que tendem a engordar quando se tornam mais apáticos. Nestes casos, a definição de um plano de exercício, com acompanhamento veterinário, pode ajudar a recuperar o peso ideal de forma gradual e segura.
Raça, esterilização e idade
A raça tem também um impacto relevante na predisposição para a obesidade. Nos cães, o Labrador Retriever e o Beagle estão entre as raças com maior prevalência de excesso de peso. Nos gatos, a raça Australian British Shorthair apresenta uma maior probabilidade de desenvolver obesidade, de acordo com a fonte anteriormente citada.
O estado fisiológico é outro fator a ter em conta. Animais esterilizados têm maior risco de ganhar peso, uma vez que as hormonas sexuais desempenham um papel importante na regulação do metabolismo, da ingestão alimentar e do gasto energético.
A idade surge igualmente como um fator de risco. Nos gatos, a obesidade é mais frequente entre os 5 e os 13 anos, enquanto nos cães tende a ocorrer com maior incidência entre os 7 e os 9 anos.
Riscos para a saúde e acompanhamento veterinário
Quando um animal obeso chega à consulta, é essencial alertar o cuidador para os riscos associados. “Devemos alertar para problemas como a hipertensão e para a necessidade de emagrecer o animal”, explica Cheila Teodoro, citada pela mesma fonte, acrescentando que a abordagem passa pela recomendação de uma dieta adequada e pela definição rigorosa das quantidades diárias.
O objetivo é regular a saciedade e evitar dietas drásticas, promovendo uma perda de peso progressiva. A obesidade está associada a um risco acrescido de patologias como diabetes, hipertensão arterial e doenças metabólicas, muitas vezes silenciosas, mas potencialmente graves.
Sinais como diarreia, vómitos, fadiga ou convulsões devem ser valorizados, uma vez que podem colocar em risco a vida do animal, de acordo com a Veterinária Atual. A vigilância regular, aliada a uma alimentação equilibrada, exercício adequado e acompanhamento veterinário, é fundamental para prevenir e controlar o excesso de peso em cães e gatos.
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