A temperatura média registada no mês passado em Portugal continental esteve quase três graus acima dos valores normais para a época, fazendo deste o julho mais quente dos últimos 92 anos, ou seja desde que há registos.
Segundo o boletim do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), divulgado esta sexta-feira, o valor médio da temperatura registada em julho foi de 25.14 °C, mais 2.97 °C do que o normal. Em média, a temperatura máxima chegou aos 33.16 ºC, o que representa uma anomalia de 4.44 ºC, enquanto o valor médio da temperatura mínima não baixou dos 17.13 ºC, mais 1.51 ºC do que o normal.
Todo o mês classificou-se como “extremamente quente e muito seco”, mas foi entre os dias 7 e 17 que as temperaturas do ar mais subiram. Neste período, os valores médios da temperatura máxima foram sempre superiores a 34 °C em todas as regiões do país, ultrapassando mesmo os 38ºC em três dias consecutivos (12, 13 e 14), “o que confirma o carácter excecional deste episódio”, de acordo com o IPMA. O dia 13 de julho foi o mais quente do ano e o 5º dia mais quente do século XXI.
Segundo o boletim agora divulgado, a estação do Pinhão registou, dia 14, 47 ºC, valor que “constitui um novo extremo para o mês de julho em Portugal Continental”. Mas não foi o único recorde a ser batido. Entre 7 e 14 de julho, foram registados 98 novos recordes de temperatura máxima e em 28 estações foram excedidos os anteriores extremos absolutos.
Já a temperatura mínima nunca tinha sido tão elevada em 21 estações de medição do país.
No que diz respeito à precipitação, o mês de julho foi o quarto mais seco desde o início deste século, com um total de 3.0 mm, que corresponde a apenas 22 % do valor normal para a época.
“A conjugação da persistência de valores de precipitação muito inferiores ao normal e de valores de temperatura muito acima do normal, em particular da temperatura máxima, teve como consequência a ocorrência de valores altos de evapotranspiração e valores significativos de défice de humidade do solo”, sublinha o IPMA.
A totalidade do território de Portugal Continental está agora em seca severa (55%) ou extrema (45%).
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL