Hoje, apenas 12 cidades africanas ultrapassam os 5 milhões habitantes. Em menos de duas décadas, esse número quase triplicará. As novas entrantes? Ouagadougou, Lusaca, Douala, Yaoundé, Kampala, Bamako, Kumasi e muitas mais cidades que antes voavam sob o radar estão prestes a tornar-se motores econômicos.
Em 2040 serão 31 cidades africanas, mais 19 do que atualmente, a ultrapassar a fasquia dois 5 milhões de habitantes.
Vamos pôr a informação no seu contexto:
A Nigéria sozinha poderia ter meia dúzia de megacidades – de Lagos a Abuja. Kinshasa no Congo provavelmente superará todas as cidades europeias, exceto Istambul.
Acra e Abidjan estão a preparar-se para serem as estrelas comerciais gémeas da África Ocidental. Até mesmo Ouagadougou, no Burkina Faso, está a correr em direção à marca dos 5 milhões de habitantes.
Agora, é aqui que o drama se escreve: enquanto o Ocidente debate a “sustentabilidade urbana”, Africa está ocupada a construir as cidades de amanhã, muitas vezes com infraestruturas limitadas, mas ambição ilimitada.
Isso não é caos; é impulso. Cada quilómetro de estrada, cada megawatt de energia, cada novo porto, ponte ou linha de metro, não são projetos, são tábuas de salvação para um bilhão de sonhos convergindo nas cidades.
E por trás dessa transformação está uma verdade que os investidores e os formuladores de políticas devem entender cedo, a próxima onda de crescimento da África será urbana, jovem e desigual.
Um desafio? O planeamento e a governança devem atualizar-se antes que a população supere as possibilidades dos territórios e das estruturas de crescimento.
A verdadeira questão não é se a África vai urbanizar-se – é o quão preparado o mundo está para se envolver com esse futuro urbano.
Edição e adaptação de João Palmeiro com Dishant Shah.


















