Com a designada globalização, o capital começou a deixar de ter pátria e a deslocar-se para onde mais facilmente se pudesse multiplicar.
O custo de mão-de-obra associado à fabricação de um telemóvel, por exemplo, num EUA era de 100, quando essa fabricação podia ter lugar numa China com custos de mão-de-obra de, apenas, 50? Fechava-se a respetiva fábrica naquele país e abria-se neste, o que os chineses agradeciam duplamente: por um lado, criavam-se postos de trabalho, em particular para uma população maioritariamente campesina, que encontrava neles uma melhor remuneração do que aquela que a agricultura lhe vinha proporcionando; por outro lado, não só aprendiam, rapidamente, como se fabricavam telemóveis, como começavam a criar com melhor qualidade, até, os seus!

Jurista
A China tornava-se em poucos anos a «fábrica» do mundo, enquanto uns EUA à China passava a comprar o que até então produzia, com uma dívida cada vez maior para com esta!
E o que se passava no domínio dos telemóveis (Huawei) passava-se no dos computadores (Lenovo), das televisões (Xiaomi), das motos (Voge), dos automóveis (Byd), etc.
Em suma, a China tornava-se em poucos anos a «fábrica» do mundo, enquanto uns EUA à China passava a comprar o que até então produzia, com uma dívida cada vez maior para com esta!
E será esta a principal «dor de cabeça» de Trump, que não a Ucrânia!
Post Scriptum:
O apagão a que ontem se assistiu (com origem, ao que tudo indicará, numa simples avaria no respetivo sistema) será, apenas, um pequeno cheiro do que nos poderá vir a acontecer se um Putin, ainda, se acabar por cansar de toda uma doentia e provocatória russofobia em que as designadas elites europeias viverão mergulhadas!
Não diz o saber popular que «tantas vezes vai o cântaro à fonte, que algum dia deixa lá a asa?»
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