O número de nascimentos em Portugal registou um ligeiro aumento no primeiro trimestre de 2025, revertendo a tendência de quebra verificada no ano anterior. Segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), foram rastreados 20.782 recém-nascidos entre janeiro e março, mais 207 do que no período homólogo de 2024.
No distrito de Faro, foram efetuados 1.119 rastreios, colocando o Algarve como a sexta região do país com maior número de recém-nascidos rastreados, atrás de Lisboa (6.430), Porto (3.567), Setúbal (1.640), Braga (1.522) e Aveiro (989).
Rastreio essencial para detetar 28 doenças
Conhecido como o “teste do pezinho”, este rastreio é realizado a partir do terceiro dia de vida do bebé, com a recolha de uma amostra de sangue do pé. O exame permite detetar precocemente 28 patologias, incluindo hipotiroidismo congénito, fibrose quística, drepanocitose, atrofia muscular espinal e 24 doenças hereditárias do metabolismo. Apesar de não ser obrigatório, o teste apresenta uma taxa de cobertura nacional de 99,5%, com o início do tratamento a ocorrer em média até 10 dias após o nascimento. Em 2024, este rastreio permitiu identificar 138 casos de doenças, nomeadamente 45 de doenças hereditárias do metabolismo, 40 de hipotiroidismo congénito, seis de fibrose quística, quatro de atrofia muscular espinal e 43 de drepanocitose.
Segundo o INSA, a deteção precoce foi crucial para que “todos os doentes iniciassem de imediato um tratamento específico, evitando défice intelectual e outras alterações neurológicas ou extraneurológicas irreversíveis, com a consequente morbilidade ou mortalidade”.
Janeiro foi o mês com mais nascimentos
Entre os três primeiros meses de 2025, janeiro foi o mês com maior número de testes realizados (7.670), seguido de março (6.741) e fevereiro (6.371). No total, em 2024, foram rastreados 84.631 recém-nascidos, um decréscimo face aos 85.764 registados no ano anterior.
O Algarve, através do distrito de Faro, manteve um contributo relevante neste panorama nacional, consolidando a sua importância na cobertura e eficácia do programa de rastreio neonatal.
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