O preço do petróleo registou uma nova queda significativa nos mercados internacionais, atingindo valores que já não se viam há meio ano. A descida surpreendeu analistas e investidores, refletindo um abrandamento súbito das cotações que marcou a sessão desta tarde.
Por volta das 14h40 (hora de Lisboa), o barril de West Texas Intermediate (WTI), com entrega em novembro, descia 2,15%, para 60,19 dólares, depois de ter chegado a 59,57 dólares, o nível mais baixo desde abril.
O Brent do Mar do Norte, referência para o mercado europeu, seguia a mesma tendência, caindo 1,96%, para 60,19 dólares por barril.
O impacto da trégua no Médio Oriente
De acordo com os analistas, citados pelo site especializado em economia e negócios Executive Digest, a quebra está diretamente ligada à entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que alterou a perceção de risco nos mercados energéticos. “Este acordo reduz o prémio de risco geopolítico e atenua os receios de perturbações no abastecimento”, explicou à agência AFP Lukman Otunuga, analista da FXTM.
A trégua trouxe uma sensação de estabilidade a uma região tradicionalmente sensível para o setor energético, levando o mercado a ajustar os preços de forma quase imediata.
Um mercado cada vez mais abastecido
Outro fator que explica a descida é o aumento da oferta global. Segundo analistas da DNB Carnegie, há “sinais claros da tão esperada abundância petrolífera”, evidenciados pelo “forte aumento do petróleo em trânsito no mar”.
Nos últimos meses, oito membros da OPEP e os seus aliados (OPEP+) já elevaram as suas quotas de produção em mais de 2,5 milhões de barris por dia, o que reforça o excesso de oferta e pressiona os preços em baixa, de acordo com a mesma fonte.
Estabilização política e aumento da produção
De acordo com a Executive Digest, com a estabilização política no Médio Oriente e o crescimento da produção, o mercado entra agora num novo ciclo de ajustamento, em que o desafio será equilibrar a procura com a oferta para evitar que o preço do barril de petróleo caia ainda mais nas próximas semanas.
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