Quando se viaja para o estrangeiro, é essencial planear os métodos de pagamento a utilizar. Embora muitos optem por levar dinheiro em espécie, essa estratégia nem sempre é a mais segura. Levar consigo todo o montante necessário para a viagem pode parecer prático — evita-se o uso de cartões e taxas de levantamento — mas, na prática, pode tornar-se um risco elevado. Perder uma carteira ou ser vítima de um roubo pode comprometer toda a viagem, especialmente se não houver um plano alternativo. Saiba quais os cuidados a ter a levantar dinheiro no estrangeiro.
Taxas de câmbio
Outro fator a ter em conta é a taxa de câmbio. Esta taxa, que indica quanto da moeda estrangeira se recebe por cada euro, varia diariamente. Por isso, pode ser vantajoso trocar dinheiro antes da viagem, caso a moeda do país de destino esteja a valorizar. Pelo contrário, se a tendência for de desvalorização, talvez compense fazer o câmbio ou levantar dinheiro apenas mais tarde, já durante a estadia.
Se optar por levantar dinheiro no estrangeiro, há vários aspetos importantes a considerar. Um deles é o tipo de caixa automática (ATM) que utiliza. Em Portugal, os levantamentos costumam ser gratuitos entre bancos nacionais, mas no estrangeiro, a realidade é bem diferente. As máquinas pertencem a bancos locais e, por vezes, apenas aceitam cartões de instituições com as quais têm acordos.
Variação dentro e fora da UE
É comum os bancos portugueses terem parcerias com outras instituições dentro da União Europeia, o que facilita os levantamentos. No entanto, fora da UE, estas parcerias podem ser limitadas. Por isso, antes de viajar, confirme com o seu banco onde poderá levantar dinheiro sem complicações ou custos acrescidos.
Os cartões devem ser compatíveis
Além disso, nem todos os cartões são aceites em todos os países. A maioria dos cartões portugueses pertence às redes Visa, Visa Electron ou Maestro, que são amplamente reconhecidas. No entanto, em destinos menos comuns ou com sistemas bancários diferentes, convém verificar a compatibilidade.
Evite o cartão de crédito
Outra questão relevante é a distinção entre cartões de débito e de crédito. Os levantamentos com cartão de crédito — também chamados cash advance — estão normalmente sujeitos a taxas mais elevadas e podem implicar o pagamento de juros, caso o montante não seja liquidado no prazo. Por esse motivo, o cartão de crédito deve ser usado com moderação para levantamentos, mas pode ser útil em pagamentos ou situações de emergência.
Ainda em relação aos custos, importa esclarecer que dentro da zona euro não se pagam comissões de levantamento. No entanto, se o levantamento envolver conversão de moeda (por exemplo, levantar libras no Reino Unido ou dólares nos EUA), o banco cobrará taxas e comissões, tanto pela operação como pela conversão cambial.
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Pagar diretamente com cartão
Em alternativa aos levantamentos, pode optar por pagar diretamente com cartão, segundo o Ekonomista. Esta opção também pode ter custos — especialmente fora da UE — mas, em regra, as comissões associadas aos pagamentos são mais baixas do que as cobradas nos levantamentos em numerário. Ainda assim, nem todos os estabelecimentos aceitam cartões, e nem todos os cartões funcionam em todos os terminais.
Informe o seu banco
Outra recomendação essencial é informar o seu banco sobre a viagem antes de partir. Muitos bancos têm sistemas automáticos de segurança que bloqueiam o cartão se detetarem atividades incomuns, como levantamentos sucessivos em países estrangeiros. Um simples aviso prévio pode evitar muitos dissabores.
A segurança dos cartões deve ser também uma prioridade. Evite levantar grandes quantias de uma só vez e prefira máquinas em locais seguros, como bancos, centros comerciais ou aeroportos. Fique atento ao ambiente à sua volta e tape sempre o teclado quando digitar o código PIN.
Há a opção de cartões pré-pagos
Hoje em dia, há também cartões pré-pagos ou contas digitais (como Revolut, Wise ou N26) que permitem carregar dinheiro, fazer pagamentos e levantamentos com menores taxas. Estas soluções são práticas, seguras e oferecem boas taxas de câmbio — sendo uma alternativa interessante aos cartões tradicionais.
Se viajar com frequência, informe-se sobre cartões que isentam ou reduzem comissões internacionais. Alguns bancos disponibilizam contas com vantagens específicas para quem viaja muito, incluindo levantamentos gratuitos em todo o mundo.
Cartões multimoeda
Outra opção são os cartões multimoeda, que permitem carregar várias moedas numa só conta e pagar diretamente na moeda local, evitando conversões e comissões adicionais.
Finalmente, convém recordar que cada país tem regras próprias e diferentes níveis de aceitação de meios de pagamento. Em países como a Suécia, o dinheiro físico quase desapareceu, enquanto em destinos como Marrocos ou Cuba, o uso de numerário é mais comum. Por isso, é importante adaptar-se ao destino.
Viajar com uma combinação equilibrada de dinheiro em espécie, cartão de débito e, eventualmente, cartão de crédito ou pré-pago é a melhor forma de garantir segurança, flexibilidade e controlo de custos.
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