O responsável de um centro de recrutamento da cidade de Ust-Ilimsk, no extremo leste da Rússia, foi esta segunda-feira ferido a tiro num ataque e está em estado grave, anunciou o governador da região de Irkutsk, Igor Kobzev.
“Em Ust-Ilimsk, um jovem disparou vários tiros no escritório de recrutamento. O comissário militar (responsável pelo escritório) Alexandr Vladimirovich Eliseyev está nos cuidados intensivos e em estado gravíssimo”, declarou o governador na rede social Telegram.
“O que aconteceu não entra na minha cabeça. Estou envergonhado que isto esteja a acontecer num momento em que devemos estar unidos. Não devemos lutar uns contra os outros, mas contra as ameaças reais”, disse Kobzev, que deu ordem para que as medidas de segurança sejam reforçadas.
“Peço a todos que mantenham a calma”, enfatizou o governador. Kobzev acrescentou que o autor dos disparos, cuja identidade não revelou, foi detido pela polícia.
Já o comité de investigação de Irkutsk, citado pela agência de notícias TASS, indicou que uma investigação foi aberta contra um detido de 25 anos, sublinhando ainda que “há uma equipa a trabalhar no local”.
“O suspeito está a ser interrogado. Os motivos do crime estão a ser esclarecidos”, referiu o comité.
Desde o dia 21 de setembro, quando o Presidente russo, Vladimir Putin, decretou uma mobilização parcial dos reservistas devido à guerra na Ucrânia, houve vários ataques contra escritórios de recrutamento, mas até agora não haviam sido realizados com armas de fogo.
Mais de 2.000 pessoas foram detidas em dezenas de cidades russas por protestar contra a mobilização, medida decretada pelo Governo determinando que 300.000 reservistas serão convocados para a guerra na Ucrânia – que teve início em 24 de fevereiro -, segundo o Ministério da Defesa russo.
Neste domingo, no Daguestão, a polícia dissolveu com tiros para o ar uma manifestação que bloqueava a estrada entre as cidades de Khasavyurt e Makhachkala para protestar contra a mobilização na cidade de Endirei.
Segundo o canal de Telegram Tut Daguestão, em Endirei, com uma população de pouco mais de 7.000 habitantes, foram convocados 110 reservistas, alguns dos quais acabaram de ser desmobilizados.