O Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) foi alvo de um ciberataque “prolongado e sem precedentes”, avança o Diário de Notícias.
A informação ainda não foi confirmada oficialmente pelo EMGFA, apesar das várias tentativas do Expresso de contacto com o porta-voz das Forças Armadas.
Ainda de acordo com o “DN”, os hackers terão posto à venda informações classificadas da NATO na darkweb. E o primeiro-ministro António Costa terá sido alertado desta situação em agosto pelos serviços secretos norte-americanos, através da embaixada dos EUA em Lisboa.
O Expresso confirma a informação do “DN” de que a unidade de cibercrime da Polícia Judiciária não está envolvida, pelo menos até ao momento, na investigação a este ciberataque. A operação está a ser liderada pelo gabinete de António Costa, bem como pelo Gabinete Nacional de Segurança (SNS) e os serviços de informações externos (Serviços de Informações Estratégicas de Defesa) e internos (Serviço de Informações de Segurança).
Contactado pela agência Lusa, o gabinete do primeiro-ministro, que está a acompanhar diretamente este caso, referiu que, para já, “nada mais tem a adiantar” face àquilo que transmitiu ao “Diário de Notícias”.
“O Governo pode garantir que o Ministério da Defesa Nacional e as Forças Armadas trabalham diariamente para que a credibilidade de Portugal, como membro fundador da Aliança Atlântica, permaneça intacta”, referiu fonte do gabinete de António Costa.
Adianta-se, igualmente, que “a troca de informação entre aliados em matéria de segurança da Informação é permanente nos planos bilateral e multilateral”.
“Sempre que existe uma suspeita de comprometimento de cibersegurança de redes de sistema de informação, a situação é extensamente analisada e são implementados todos os procedimentos que visem o reforço da sensibilização em cibersegurança e do correto manuseamento de informação para fazer face a novas tipologias de ameaça. Se, e quando, se confirma um comprometimento de segurança, a subsequente averiguação sobre se existiu responsabilidade disciplinar e/ou criminal automaticamente determina a adoção dos procedimentos adequados”, acrescentou.
Ao Expresso, Hugo Costeira, presidente do Observatório de Segurança Interna, garante que se trata de “um dano reputacional irreparável” ao EMGFA. Isto porque, de acordo com este especialista, “a NATO vai olhar para Portugal como parceiro do ponto de vista da segurança de informação como pouco credível”. E considera “urgente” os serviços de informações contratarem quadros na área da cibersegurança. “Estamos atrasados uma década em relação a muitos países”, critica.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL