Lagos, um dos 43 municípios em situação critica devido à seca, não vai, para já, aumentar a tarifa dos grandes consumidores de água, contrariando assim a recomendação do Ministério do Ambiente. A autarquia diz que boa parte das faturas revela picos de consumo apenas no verão e seria uma medida desajustada.
Lagos é um dos principais destinos turísticos do sul do país, o que se traduz na quase triplicação da população durante os meses mais quentes. Se mais gente se fixa na cidade, mais recursos serão consumidos. A água não é exceção, e num ano em que este recurso é tão escasso, a Câmara Municipal alerta para a correta gestão do consumo.
O Governo sugeriu aumentar a tarifa da água nos municípios mais afetados pela seca, medida já rejeitada por várias autarquias, incluindo Lagos. A Câmara Municipal justifica esta decisão, revelando que nos meses que antecedem a época balnear, o consumo na cidade é bastante menor e o número de habitações que consomem mais de 15 metros cúbicos de água é significativamente mais reduzido quando comparado com os meses de verão. O mesmo se passa com o número de consumidores que, segundo Paulo Reis, vice-presidente da Câmara de Lagos, reduz para um terço. Por estes motivos, a autarquia recusa-se a aumentar o tarifário da água, e afirma mesmo que a medida é injusta.
O município tem promovido várias medidas para diminuir o consumo de água, são exemplos disso mesmo, a gestão dos jardins, o encerramento das piscinas municipais e a eficaz deteção de fugas. Medidas essas que já permitiram baixar o consumo em 10%, mas a autarquia rejeita ficar por aqui e já anunciou que a partir do próximo ano irá aproveitar a água proveniente da ETAR para realizar as regas dos campos de golfe, do estádio municipal, entre outros. Para além disso está prevista a instalação de 10 mil contadores inteligentes em outras tantas casas da cidade.
A barragem da bravura, principal fonte de abastecimento do concelho, encontra-se apenas a 10% da capacidade, situação que tem prejudicado de forma acentuada a agricultura da região, sendo que a água daí proveniente se destina apenas ao consumo humano.
Em 64 anos é a primeira vez que os agricultores no perímetro de rega de alvor não podem usar de todo a água da barragem.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL