Uma passageira portuguesa denunciou no Portal da Queixa ter sido quase impedida de embarcar num voo da Ryanair com partida de Budapeste, após uma sucessão de problemas com o pagamento de uma taxa e a verificação da sua identidade. O episódio que decorreu no final de setembro acabou por causar-lhe mal-estar físico, devido a uma doença crónica agravada pelo stresse.
De acordo com o testemunho publicado, “apesar de a minha mochila caber no local para verificação de tamanho, paguei 60 euros que me foram exigidos ser liquidados através de cartão de crédito, que não tinha levado”. A passageira explicou ainda que, perante a rigidez dos funcionários, “uma outra passageira incomodada com a forma agressiva como fui tratada prontificou-se a fazer o pagamento com o cartão dela”.
Da taxa ao passaporte: uma verificação que quase impediu a passageira de embarcar
Depois de regularizada a taxa, os funcionários pediram-lhe um documento de identificação. “Dei o cartão de cidadão, sendo exigido o passaporte que, por acaso, tinha levado, apesar de não ser necessário”, contou no Portal da Queixa. A passageira referiu ainda que “o empregado ameaçou ficar retida sem embarcar porque tinha que confirmar a minha identidade, que estava a ser difícil por ter muitos nomes (tenho cinco), o que é uma justificação caricata”.
Segundo o mesmo relato, o episódio teve consequências físicas. “Tenho uma doença crónica (lúpus) que não reage muito bem a níveis elevados de stresse, o que me fez passar mal. Fui maltratada e desrespeitada”, concluiu. Neste momento, o caso aguarda uma resolução.
O que dizem as regras da Ryanair
De acordo com a Ryanair, os procedimentos de pagamento estão definidos no artigo 18 das suas condições gerais. A transportadora explica que “no interesse da saúde pública e da higiene, devido aos riscos associados ao manuseamento de dinheiro destacados pela crise de Covid-19, apenas aceitamos pagamentos por cartão de crédito e de débito”.
Segundo o regulamento da companhia aérea irlandesa, esta política deve-se também “aos elevados custos administrativos e de segurança” associados aos pagamentos em numerário.
Um problema entre a norma e a prática
A companhia acrescenta que “alguns aeroportos podem ter condições locais para aceitarem dinheiro” e recomenda que os passageiros contactem antecipadamente as infraestruturas aeroportuárias para confirmar quais os meios de pagamento disponíveis. Neste caso, não ficou claro se o aeroporto de Budapeste dispunha dessa alternativa, nem se a situação resultou de uma aplicação excessiva das normas por parte do funcionário.
O incidente expôs as dificuldades que podem surgir quando as políticas internas das companhias aéreas colidem com circunstâncias imprevistas. O relato da passageira portuguesa no Portal da Queixa soma-se a outros casos de tensão reportados por utilizadores da mesma plataforma, frequentemente associados à rigidez das regras da transportadora e à falta de flexibilidade no atendimento.
Entre o rigor e o desconforto dos passageiros
Situações semelhantes têm vindo a gerar debate entre consumidores, sobretudo em torno das restrições impostas pelos métodos de pagamento e da verificação de identidade. A ausência de alternativas em determinados aeroportos e a pressão exercida sobre os passageiros contribuem para episódios de stresse e reclamações públicas.
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