O Banco Central dos Países Baixos emitiu esta semana um alerta dirigido às famílias, recomendando que estas mantenham uma pequena reserva de dinheiro vivo em casa, suficiente para assegurar despesas essenciais durante três dias. A medida visa preparar a população para situações de emergência em que os sistemas eletrónicos de pagamento possam falhar, tal como escreve a Euronews.
Ameaças crescentes justificam preparação
Segundo a instituição, o risco de interrupções nos pagamentos digitais tem aumentado devido à crescente tensão geopolítica e à possibilidade de ciberataques. Falhas técnicas, apagões e avarias em redes de telecomunicações são cenários que, segundo o banco central, devem ser considerados como plausíveis.
«Pense num apagão, numa falha no banco ou numa interrupção do serviço de internet; nesses momentos, o pagamento em numerário continua quase sempre possível», refere o comunicado oficial. O objetivo, sublinha a entidade, é garantir que as famílias conseguem aceder a bens de primeira necessidade mesmo perante uma falha generalizada do sistema.
Fundo de emergência para três dias
A quantia recomendada pelo banco deverá cobrir necessidades básicas como alimentação, água, medicamentos e transporte durante um período de 72 horas. O montante sugerido varia consoante a composição do agregado familiar e deverá ser guardado de forma segura, apenas para uso em situação de emergência.
Como referência, o banco indica valores de 70 euros por adulto e 30 euros por criança.
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Apagão ibérico expôs fragilidades
Este alerta surge na sequência do apagão registado a 28 de abril, que afetou Espanha e Portugal e provocou falhas nos terminais de pagamento, nas redes móveis e nos multibancos. Durante várias horas, muitos estabelecimentos comerciais apenas aceitaram dinheiro físico, revelando a dependência dos meios digitais e a falta de alternativas imediatas.
Comércio também deve estar preparado
Além das orientações dirigidas aos consumidores, o Banco Central dos Países Baixos aconselha os comerciantes a prepararem soluções alternativas de pagamento, como códigos QR digitalizáveis ou equipamentos autónomos, de forma a manterem a atividade mesmo em caso de falha dos terminais de ponto de venda convencionais.
Bruxelas reforça importância da autossuficiência
Em linha com esta recomendação, a Comissão Europeia publicou em março um plano de preparação para emergências, sugerindo que cada cidadão mantenha provisões suficientes para três dias, incluindo alimentos, água e uma reserva monetária. O documento destaca a importância de garantir condições mínimas de autonomia em caso de conflitos, catástrofes naturais ou falhas tecnológicas generalizadas.
Em situações de falha dos sistemas digitais, o dinheiro mantém-se como a alternativa mais fiável para garantir pagamentos imediatos. A recomendação do banco neerlandês reforça a importância de preservar opções físicas num contexto cada vez mais digitalizado, onde a dependência exclusiva da tecnologia pode comprometer a segurança financeira.
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