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Cultura, Edição Papel, Opinião

Estácio da Veiga, o investigador e a sua circunstância

ESPAÇO AGECAL: Artigo de Jorge Queiroz publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul de fevereiro

12:00 4 Fevereiro, 2022 13:37 5 Fevereiro, 2022 | POSTAL
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Jorge Queiroz
Sociólogo,
sócio da AGECAL

“Cheguei até onde me permitiram os prazos e os meios, …o futuro,
se é que a este País cabe ainda fundada esperança de se poder 
engrandecer pela cultura 
da ciência, fará o resto”. 
Estácio da Veiga, in “Antiguidades Monumentais do Algarve” 

Sebastião Philippes Martins Estácio da Veiga (1828- 1891) foi das figuras mais destacadas da cultura e da ciência no Algarve, um dos pioneiros da arqueologia portuguesa. 

Nasceu em Tavira numa família da aristocracia rural, seu pai era cavaleiro da Casa Real e a mãe francesa, ele próprio usou o título de “moço fidalgo”. Na infância viveu o ambiente das guerras liberais (1832-1834), frequentou o Liceu de Faro, o único existente no Algarve e em Lisboa concluiu em 1850 o curso de Engenharia de Minas na Escola Politécnica, trabalhando a seguir na Subinspeção Geral dos Correios e Postas do Reino. 

A segunda metade do século XIX em Portugal foi uma época de afirmação do romantismo, dos nacionalismos e regionalismos, a reacção da aristocracia às ideias modernizadoras das classes industriais burguesas, receosa da mobilização das classes trabalhadoras e mulheres pelos seus direitos de cidadania. A aristocracia ao perder influência política, económica e social, busca os valores do povo, as tradições e exalta o patriotismo, Estácio da Veiga neste contexto publica em 1863 “Gibraltar e Olivença, Apontamentos para a História da Usurpação Destas Duas Praças”. 

Como engenheiro de minas interessou-se pela geologia e a botânica, publicando em 1866 “Plantas da Serra de Monchique Observadas Nesse Ano”. Em 1870 edita o “Romanceiro”, recolha de tradições orais e lendas do Algarve, ao contrário do rigor científico das obras de arqueologia, revela apetência ficcional e desconhecimento dos métodos da etnografia. 

Em “Povos Balsenses” de 1866 seguiu o itinerário de Antonino, localizando a urbe romana de Balsa na quinta da Torre d`Ares, propriedade de uma tia, que lhe ofereceu diverso espólio. 

No Natal de 1876 chuvas torrenciais no sul do País expõem estruturas antigas, Estácio da Veiga deu conta a Lisboa do aparecimento de um cemitério romano na Quinta de Marim junto a Olhão. Na carta propõe ao Governo o levantamento arqueológico das estruturas e em 1877 elabora um reconhecimento em Mértola, no qual estranha a ausência de estruturas do período muçulmano, atribuindo o facto ao grande terramoto de 1080, referido por Al Razi, que atingiu Sevilha, 

Por decisão do Governo é entregue a Estácio da Veiga o levantamento dos vestígios arqueológicos no Alentejo e Algarve. A “Carta Arqueológica do Algarve” foi concluída em 1878. 

Em 1880, Estácio da Veiga é secretário do Congresso Internacional de Antropologia e de Arqueologia Pré-Histórica, concretizando nesse ano o “Museu Archeologico do Algarve” na Academia Real de Belas-Artes em Lisboa, logo a seguir abandonado e o espólio armazenado. 

Em 1881 cria o Instituto Arqueológico do Algarve cujo objectivo era fazer regressar os espólios à região algarvia, desenvolve também o “Programa para a Instituição dos Estudos Arqueológicos em Portugal”, percebe claramente a necessária articulação entre investigação e museologia. 

“Antiguidades Monumentaes do Algarve” elaborada entre 1886 e 1891, é uma obra em cinco volumes, postumamente publicada por Leite Vasconcellos n´“O Arqueólogo Português”. 

Estácio da Veiga foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, reconhecido investigador em Itália, França, Bélgica, Espanha, Brasil, …. Faleceu a 7 de Dezembro de 1891 em Lisboa. 

Com escassos apoios públicos, suprindo financiamentos do seu próprio bolso, deixou uma obra incontornável sobre o património material algarvio. Nas actividades de Faro 2005-Capital Nacional da Cultura reeditou-se a obra de Estácio da Veiga, uma chamada de atenção para o espólio de natureza diversa que se encontra em Lisboa desde finais do século XIX depositado em reservas museológicas. 

No programa do núcleo museológico do Museu Municipal de Tavira, a instalar no sítio arqueológico de “Corte Reais”, em pleno centro histórico, foi proposto homenagear o seu nome, mostrando a obra e espólios na terra onde nasceu. 

* O autor não escreve segundo o acordo ortográfico 

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