Um novo incentivo financeiro está a levar muitos portugueses a adiar a reforma e a manter-se no ativo. Os beneficiários são os professores, que podem receber um acréscimo mensal de 750 euros caso decidam continuar a trabalhar após atingirem a idade legal para se aposentarem. A medida foi revelada pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, durante o debate da proposta do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).
De acordo com a agencia de notícias Lusa, quase 1.000 docentes aceitaram prolongar a carreira no atual ano letivo, ajudando a mitigar a falta de professores nas escolas. O ministro explicou que o suplemento faz parte de um conjunto de medidas orçamentadas em 118,4 milhões de euros, das quais 24,3 milhões se destinam especificamente a incentivar a permanência de profissionais já em idade de reforma.
Incentivo mantém docentes no ativo
Segundo a mesma fonte, no ano letivo anterior esta iniciativa permitiu manter cerca de 150 professores em funções. O Ministério da Educação considera que a medida que entrou em vigor no ano letivo de 2024/25 tem sido fundamental para evitar a ausência de aulas e colmatar a escassez de docentes em várias regiões do país.
Fernando Alexandre recordou ainda outras ações implementadas para reforçar o corpo docente, como o apoio financeiro a professores deslocados e o concurso extraordinário para preencher vagas nas zonas mais afetadas pela falta de profissionais.
Mais investimento em educação e ciência
Escreve a mesma publicação que o governo prevê aumentar o orçamento global para a educação, ensino superior e ciência em 621 milhões de euros, totalizando quase 11,5 mil milhões no próximo ano. O reforço, inserido no OE2026, reflete o compromisso em estabilizar o sistema educativo e melhorar as condições de trabalho dos docentes.
Além dos incentivos à permanência após a reforma, está também prevista uma verba de 56 milhões de euros para compensar professores que aceitem lecionar em escolas com maior dificuldade de contratação, localizadas sobretudo nas regiões de Lisboa, Setúbal, Alentejo e Algarve.
Aposta no rejuvenescimento da profissão
Refere a Lusa que a tutela vai disponibilizar 22,9 milhões de euros para a formação e requalificação de professores, com o objetivo de atrair novos profissionais e rejuvenescer uma classe em que mais de 60% tem mais de 50 anos. O ministro sublinhou que o investimento em educação e ciência crescerá 6% face ao valor estimado para este ano.
Segundo Fernando Alexandre, o programa do OE2026 divide-se em dois eixos principais: Educação e Ensino Superior, Ciência e Inovação. Para a área da Educação, o investimento ultrapassará os 325 milhões de euros, com foco na administração escolar e na melhoria das condições de aprendizagem.
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