No passado dia 9 de maio foi assinalado o Dia da Europa, data que marca o aniversário da Declaração Schuman, a qual deu os primeiros passos para a criação da CECA, que viria a evoluir para a União Europeia tal como a conhecemos hoje.
A União Europeia é, para os jovens de hoje, uma realidade com a qual já nasceram, cresceram e se desenvolveram, sem fazerem ideia de como seria o mundo se ela não existisse.
A União Europeia representa uma conquista muito importante para a Europa, o continente com mais antiguidade e que, naturalmente, fruto da sua longa História, enfrentaria dificuldades num mundo cada vez mais globalizado, com uma nova dinâmica internacional e nas relações entre as grandes potências económicas, populacionais e militares do final do século XX e do próprio século XXI.
Houve, da parte dos países europeus, a consciência de que teriam muito mais possibilidades de fazer valer a sua força e valorizar os seus bens e serviços através de uma união económico-monetária. Esta união transformou países que poderiam ser médias potências económicas num bloco que, em conjunto, consegue competir com os maiores blocos económicos, apesar das diferenças entre si.
Atualmente, a União Europeia tem uma influência tão grande na vida dos cidadãos através da legislação europeia que é diariamente aprovada e que os Estados-Membros devem transpor para os seus ordenamentos jurídicos de modo a que um português, um francês ou um polaco, por exemplo, terão regras iguais em muitas áreas. Por isso, a participação dos cidadãos é de extrema importância, nomeadamente na escolha dos seus representantes nas instituições europeias, ainda que muitas vezes estas sejam as eleições com menor participação. No entanto, estas eleições podem ter tanto ou mais impacto na vida quotidiana quanto as eleições nacionais, e por isso não devem ser descuradas pelos eleitores.
A união económica e monetária, a par da livre circulação de pessoas e bens, são hoje fatores essenciais de mobilidade para qualquer cidadão europeu. Esta liberdade permite viajar entre os Estados-Membros sem necessidade de controlos fronteiriços ou aduaneiros, e com a vantagem de existir uma moeda comum, o que facilita as trocas comerciais internas, uma vez que não há necessidade de câmbio. Do mesmo modo, torna-se mais simples o intercâmbio de trabalhadores e estudantes, tanto pela livre circulação como pelos mecanismos de apoio disponibilizados pela União Europeia.
Recentemente, ocorreram dois episódios de extrema relevância que demonstraram a importância e pertinência da união. O primeiro foi a pandemia de Covid-19, em que a União permitiu não só uma resposta comum à emergência sanitária, mas também um plano de recuperação económica pós-pandemia, através do PRR. O segundo foi a invasão russa à Ucrânia, onde a união dos Estados europeus foi determinante no apoio à Ucrânia, com uma resposta comum de quase todos os Estados-Membros, que, apesar de opiniões diversas, conseguiram unir-se no apoio tanto ao país como às populações afetadas.
Estes são apenas alguns dos motivos pelos quais devemos afirmar com alegria, orgulho e esperança que somos cidadãos da União Europeia, pelo desenvolvimento que ela permitiu a todos os Estados-Membros, em especial a Portugal, desde a sua integração, e também pelo futuro coletivo. Que este futuro traga maior desenvolvimento conjunto, bem como a superação dos desafios do século XXI, como o papel das redes sociais, a preservação da democracia, e a defesa da liberdade de expressão e opinião. Porque juntos e unidos seremos, certamente, mais fortes do que cada um por si.
Sobre o autor do artigo: Eduardo Gonçalves, natural de Silves, é licenciado em Direito pelo ISMAT. Atualmente exerce funções como advogado estagiário, desempenha o cargo de vice-presidente da JSD/Algarve e assume, em regime de substituição, o mandato de deputado municipal na Assembleia Municipal de Portimão.

“40 Visões da Europa”
A 12 de junho de 1985, Espanha e Portugal assinaram o Tratado de Adesão às então Comunidades Europeias (Comunidade Económica Europeia, Comunidade Europeia da Energia Atómica e Comunidade Europeia do Carvão e do Aço). Este foi o terceiro alargamento.
O Europe Direct Algarve, a CCDR Algarve, a Eurocidade do Guadiana e outros parceiros transfronteiriços associaram-se para assinalar a data. A rubrica «40 Visões da Europa» vai dar voz a 40 pessoas (líderes políticos e associativos, jovens, cidadãos ,..)
Entre 4 de maio e 12 de junho (data da assinatura dos 40 anos do Tratado de Adesão) todos os dias um artigo . Mais informação sobre a campanha na página conjunta (4) Facebook
Leia também: 40 visões da Europa: Continuar este legado | Por Pedro Amaral

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