Trabalhadores da recolha do lixo e higiene urbana de Portimão vão fazer quatro dias de greve a partir de sexta-feira, por aumentos salariais e valorização das carreiras, disse esta quarta-feira fonte do sindicato do setor.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), para o período entre sexta e segunda-feira.
A paralisação vai abranger os trabalhadores da EMARP, empresa municipal gestora pela recolha, tratamento e deposição de resíduos urbanos e higiene urbana de Portimão, no distrito de Faro, cuja Câmara Municipal detém 100% do capital social.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente regional do Algarve do STAL, Bruno Luz, explicou que “a greve resultou da falta de disponibilidade manifestada pela empresa para negociar o caderno reivindicativo apresentado pelos trabalhadores”.
De acordo com o dirigente sindical, existe “um profundo descontentamento” dos trabalhadores com a situação laboral, dado que “têm visto o seu poder de compra deteriorar-se” nos últimos anos e de forma mais acentuada no último ano.
Bruno Luz explicou que o caderno reivindicativo, aprovado em plenário e apresentado à empresa, aponta “medidas imediatas” para a valorização dos salários, “como a revisão da tabela salarial, atualização de subsídios e a recuperação do tempo de serviço”.
Ao mesmo tempo, “exigem a reposição das 35 horas semanais de trabalho, a eliminação do designado banco de horas, o combate à precariedade e o respeito pelas funções”, notou.
O dirigente considerou que a EMARP “tem condições para corresponder às exigências e melhorar os salários dos trabalhadores”, já que em 2022 registou um volume de negócios de cerca de 30 milhões de euros e obteve um resultado liquido de dois milhões de euros.
Em comunicado, o STAL atribui à administração da empresa a responsabilidade da greve, que vai afetar durante quatro dias a recolha de lixo e a higiene urbana do município algarvio em plena época alta do turismo.
“A administração da EMARP tem nas suas mãos a responsabilidade de encetar negociações sérias e há muito tempo reivindicadas”, salienta o sindicato.
Por outro lado, adianta, a Câmara Municipal de Portimão também “tem optado por ignorar os problemas denunciados, demonstrando uma atitude passiva e despreocupada às dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores.
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