Os tradicionais bordados ucranianos, elementos distintivos do vestuário e do folclore deste povo, estiveram em destaque na passada terça-feira, junto à Câmara Municipal de Lagos. A exposição, composta por toalhas ricamente ornamentadas com diversos temas, formas e cores, deu a conhecer não apenas a identidade cultural ucraniana, mas sobretudo a sua capacidade de resiliência e união face às adversidades.
A ação foi dinamizada pela associação ORANTA – Associação de Apoio à Comunidade Ucraniana em Portugal, e contou com a presença do seu presidente, Roman Grymalyuk, que explicou a importância simbólica da mostra. Num momento particularmente emotivo, os representantes dos órgãos municipais de Lagos – Câmara e Assembleia Municipal – foram convidados a juntar-se simbolicamente à iniciativa, ao acrescentarem uma toalha representativa da comunidade ucraniana residente no concelho à já extensa peça, que conta atualmente com 120 toalhas interligadas.

A exposição, que também já passou por Faro e segue agora para Lisboa e outras capitais europeias, apresenta uma impressionante diversidade visual. Cada toalha revela não só as especificidades culturais das diferentes regiões da Ucrânia, como também dos grupos de emigrantes espalhados pelo mundo.
As cores e os padrões variam consoante os contextos históricos e pessoais: cores escuras e sóbrias em tempos de guerra; tons vivos e alegres em períodos de paz; bordados que evocam festas tradicionais, momentos marcantes da vida familiar, ou ainda feitos para serem oferecidos como expressão de afeto e pertença.

Intitulada “Toalha da Unidade – Toalha da Vitória da Ucrânia!”, a iniciativa nasceu em 2024, em Tallinn, na Estónia, por ocasião do Dia dos Defensores e Defensoras da Ucrânia. O seu objetivo principal é unir ucranianos espalhados por todo o mundo através da criação conjunta de toalhas bordadas, que simbolizam a força, o espírito coletivo e a fé na vitória sobre a agressão russa.
Mais do que uma tradição estética, a toalha na cultura ucraniana representa espiritualidade, proteção e laços familiares. Neste contexto, ela ganha um significado acrescido: um símbolo de resistência pacífica e coesão de um povo que, mesmo longe da sua terra natal e em tempos de guerra, continua a preservar e a partilhar a sua identidade com o mundo.
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