Um homem, identificado como “António” para proteger a sua identidade, alega ter sido brutalmente agredido por agentes da PSP, na Praia da Rocha, em Portimão, numa noite em que estava de férias com família. O evento foi parcialmente capturado em vídeo por testemunhas no local. As consequências incluem uma costela partida, hematomas e arranhões, e o homem já apresentou uma queixa formal.
“António” estava a desfrutar das férias com a namorada e os tios dela quando o incidente ocorreu.
Segundo relato à TVI, o que começou como uma noite de diversão rapidamente se transformou num pesadelo quando ele foi abordado por um agente da PSP.
“Eu estava com a minha namorada e os tios dela na Praia da Rocha, em Portimão, e estava a dançar com eles, estávamo-nos a divertir, e nisto, viro-me para a frente, que é quando vem o primeiro agente [da PSP] que passa ao meu lado e me abordou. Colocou-me o braço para trás e pergunta-me se estava a gozar com eles.
Até que ele me dá uma chapada e eu, para me defender, atiro-lhe com a sangria para cima. Assim que faço isto, foram três ou quatro [agentes da PSP] à minha volta, colocaram-me no chão e fui logo agredido na hora”.
A agressão continuou posteriormente, quando “António” foi levado para o posto da PSP da Praia da Rocha, Portimão.
“Deitaram-me no corredor, tapado com um cobertor, e foram pontapés e murros. Disseram que ia aprender uma lição. Os meus tios perguntavam se estava a ser bem tratado, e os agentes respondiam que sim.
A minha família disse que éramos da Suíça e estávamos de férias, e depois veio um agente que disse que vinha da Suíça, armado em rico. Fiquei detido durante cerca de duas horas, tempo durante o qual fui violentamente agredido”.
Quando finalmente foi libertado, “António” procurou esclarecimentos sobre as acusações que tinha contra si, mas só recebeu ordens para sair. Ele alega que não recebeu nenhuma explicação adequada.
“As pessoas que usam uma farda para nos proteger acabam por fazer exatamente o contrário. Mais uma vez, senti-me imigrante no meu próprio país, da maneira como fui espancado, da maneira como fui tratado, não foi apenas a violência física, foi também violência psicológica. Foi muito mau”.
A versão de “António” contrasta com a declaração da PSP, que alega que ele estava a desrespeitar a autoridade policial e a agir de maneira provocatória.
“António” permanece, contudo, tranquilo quanto à veracidade da sua versão dos eventos. Ele apresentou uma queixa contra os agentes da PSP envolvidos na GNR e apenas procura justiça.
“O que aconteceu comigo pode acontecer várias vezes. Acho que foi um abuso extremo de autoridade. Mesmo que houvesse uma provocação da minha parte, eles não tinham o direito de agir como agiram”.
A investigação em andamento e as imagens capturadas podem lançar luz sobre este incidente e determinar a verdade por trás das alegações de “António”.
Leia também: BMW com matrícula francesa tenta abalroar veículo em plena autoestrada [vídeo]