Os Parques de Ciência e Tecnologia (PCT) tiveram um forte crescimento em Portugal nas duas últimas décadas depois da criação bem-sucedida do LISPOLIS – Polo Tecnológico de Lisboa em 1991. Esse crescimento de infra-estruturas para instalação de empresas foi impulsionado pelo acesso a novas fontes de financiamento nacionais e comunitárias através de candidaturas a programas operacionais regionais.
Actualmente os PCT desempenham um importante papel no ecossistema empreendedor contribuindo para a modernização do tecido empresarial através da inovação tecnológica, transferência de conhecimento e empreendedorismo qualificado. A sua proposta de valor assenta em fortes ligações à universidade e instituições de I&DT e na criação de condições atractivas para as empresas.
Mas o que é um Parque de Ciência e Tecnologia? De acordo com a definição da IASP (International Association of Science Parks), “trata-se de uma organização gerida por especialistas, cujo principal objectivo é aumentar a riqueza da comunidade, através da promoção da cultura de inovação e da competitividade das empresas e instituições baseadas no conhecimento que lhe estão associadas”.
Em Portugal há cerca de 25 parques tecnológicos, 16 dos quais associados na TECPARQUES – Associação Portuguesa de Parques de Ciência e Tecnologia, fundada em 1999 e que se tem destacado na promoção e qualificação dos parques. Estima-se que os associados da TECPARQUES tenham cerca de 1000 utentes entre empresas, incubadas, instituições de I&DT e universidades. Os PCT existentes encontram-se em diferentes fases de desenvolvimento – início, arranque, cruzeiro, maturidade, excelência – com destaque para o TAGUSPARK, IPN, MADAN Parque, BIOCANT, PARKURBIS que estão em fase de maturidade/excelência e constituem exemplos de boas práticas e benchmarking.
Uma das vantagens dos principais PCT em actividade em Portugal é terem associado a infra-estruturas de qualidade a oferta de incubadoras de empresas que permitem potenciar o seu papel na promoção do empreendedorismo.
A distribuição geográfica de PCT por região NUT II é assimétrica, apresentando uma maior concentração nas regiões Norte, Centro e Lisboa. As regiões do Alentejo e Madeira registam uma situação residual com apenas um parque tecnológico e os Açores têm dois parques em funcionamento. No Algarve não existe qualquer PCT em actividade. Apesar dos esforços desenvolvidos por várias entidades com a Universidade do Algarve na primeira linha, a construção de um parque de ciência e tecnologia previsto há vários anos para o Algarve ainda não passou do papel. É caso para questionar até quando é necessário esperar para ver o PCT do Algarve tornar-se realidade.