A empresa italiana Lazzarini Design Studio revelou recentemente um projeto ambicioso que promete surpreender o mundo da engenharia naval. Trata-se de uma embarcação colossal, com design inspirado numa tartaruga e dimensões tão invulgares que os próprios criadores recusam chamá-la de iate.
Referência ao antigo supercontinente
Batizado de Pangeos, de acordo com o AS, o navio foi assim nomeado em homenagem ao antigo supercontinente Pangeia, que há milhões de anos reunia quase todas as massas terrestres do planeta. A embarcação, segundo os autores do projeto, terá proporções nunca antes vistas e funcionalidades que vão além de qualquer outro modelo conhecido.
Uma nova categoria de embarcação de luxo
Ao contrário dos iates tradicionais, este será classificado como um “terayacht”, uma nova categoria de navio de luxo devido ao seu tamanho e estrutura. O conceito prevê que a embarcação funcione como uma cidade flutuante, com capacidade para alojar até 60 mil pessoas, de acordo com a mesma fonte.
Incluídos neste espaço estarão centros comerciais, piscinas, hotéis e jardins, criando uma experiência completa a bordo. A infraestrutura será tão vasta que permitirá aos passageiros viver a bordo com todas as comodidades de uma cidade moderna.
Estaleiro de proporções colossais
De acordo com o estúdio de design, a construção exigirá um estaleiro com 600 por 650 metros, algo que só será possível após dragar uma área de um quilómetro quadrado de mar. Para isso, será necessário instalar uma barreira circular que viabilize as obras.
Com um comprimento projetado de 550 metros e uma largura que atinge os 610 metros em certos pontos, este será, de acordo com os criadores, “o maior navio alguma vez construído”. A Arábia Saudita é apontada como o local ideal para a execução da empreitada.
Um custo de milhares de milhões
O custo estimado para tornar este sonho realidade ronda os 8 mil milhões de euros, segundo avançam os responsáveis do projeto, citados pelo AS. O início da construção está previsto para 2025, com um prazo de execução de oito anos até à conclusão total do terayacht.
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Financiamento com recurso ao metaverso
A originalidade não se limita ao desenho e às dimensões. A forma de financiamento também desafia os métodos tradicionais, recorrendo à venda de NFTs. Através dos chamados Unreal Estates, será possível adquirir bilhetes virtuais, quartos e até casas, numa versão digital do navio no metaverso.
Um porto privado sob a estrutura
No que diz respeito à tecnologia, o Pangeos incluirá inovações únicas a bordo. Um porto privado será integrado nas instalações, situado na parte inferior do navio, permitindo o acesso de pequenas embarcações.
Este miniporto atravessará o centro da embarcação, com uma estrutura semelhante a uma ponte, o que possibilita aos visitantes fazer pequenas paragens durante o cruzeiro. Assim, será possível atracar e partir com facilidade ao longo da viagem.
Contacto direto com o exterior
A disposição do convés foi pensada para proporcionar uma ligação visual e física entre o interior e o exterior. As janelas deslizantes de grandes dimensões contribuirão para uma sensação de espaço e abertura invulgar em embarcações deste género.
Propulsão com tecnologia hidroala
O sistema de propulsão também será inovador, recorrendo a tecnologia hidroala. Este sistema permite à embarcação elevar-se parcialmente sobre a água, aumentando significativamente a velocidade de navegação.
Três motores movidos a hidrogénio assegurarão o funcionamento desta estrutura futurista, com um desempenho eficiente e mais sustentável. A aposta em soluções amigas do ambiente está presente em várias vertentes do projeto.
A visão que já existia em 1964
“Gostamos de lembrar que, em 1964, a indústria naval já era capaz de construir este tipo de embarcações”, recorda o estúdio Lazzarini, citado pelo AS, numa alusão ao potencial técnico já existente há décadas, embora só agora se concretize uma visão tão ousada.
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