A sinalização rodoviária é um elemento essencial para garantir a segurança e o bom funcionamento da circulação nas estradas. Com o tempo, as regras vão evoluindo para acompanhar as novas realidades da mobilidade, e isso inclui também o aparecimento de sinais com funções mais específicas. Um desses exemplos está agora a gerar debate: trata-se de um novo sinal com contorno verde, que apareceu em algumas estradas francesas e que começa a levantar dúvidas e curiosidade entre os condutores.
Uma nova cor a caminho das estradas europeias
A novo sinal de cor verde, que ainda não está em vigor em Espanha nem em Portugal, já pode ser observada em algumas estradas francesas. Trata-se de uma placa circular com contorno verde, que exibe um número, geralmente associado a uma velocidade máxima, refere o Notícias Trabajo.
Mas, ao contrário das habituais placas com contorno vermelho, esta não tem carácter obrigatório.
O que distingue esta sinalização é precisamente a sua função: não pretende impor um limite legal de velocidade, mas sim sugerir uma velocidade considerada segura ou adequada para determinado troço da via, em função das condições de circulação.
Recomendação, não obrigação
Ao contrário das placas tradicionais que impõem limites legais e cuja violação pode resultar em coimas, esta nova versão com contorno verde funciona apenas como uma orientação. Ou seja, se um condutor circular acima da velocidade indicada, não estará automaticamente a cometer uma infração.
No entanto, quando esta placa surge em conjunto com outra de contorno vermelho, prevalece sempre a de carácter obrigatório, como previsto na hierarquia da sinalização rodoviária.
A recomendação verde pode complementar, mas nunca substituir, uma obrigação legal.
O que significam as formas das placas?
A sinalização vertical nas estradas é organizada por formas e cores, cada uma com a sua finalidade. As placas circulares servem para indicar proibições, obrigações ou, neste novo caso, recomendações. As triangulares alertam para perigos. As retangulares ou quadradas fornecem indicações, direções ou informações úteis ao condutor, segundo a mesma fonte.
Para além da forma, há também uma ordem de prioridade definida. Em primeiro lugar, prevalecem sempre as indicações dos agentes de autoridade.
Depois, surgem as sinalizações temporárias, como as usadas em zonas de obras. Seguem-se os semáforos, as placas verticais e, por fim, as marcações no pavimento.
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Debate sobre a sua introdução em Espanha
Apesar de ainda não estar presente nas estradas espanholas, esta nova sinalização está a ser analisada pela Direção Geral de Trânsito (DGT), como avançou o jornal La Razón, citado pela mesma fonte.
Atualizar o catálogo oficial de sinais parece ser a intenção, tornando-o mais adaptado às novas exigências da mobilidade urbana e interurbana.
A eventual adoção deste tipo de sinal em Espanha poderá abrir caminho para que outros países da União Europeia, incluindo Portugal, sigam o exemplo. A ideia é clara: melhorar a fluidez do tráfego, sem recorrer a sanções, orientando os condutores com sugestões úteis em vez de imposições legais.
Menos multas, mais consciência
A principal vantagem apontada por quem defende esta nova sinalização é a sua função pedagógica. Ao sugerir uma velocidade sem obrigar ao seu cumprimento, promove-se uma condução mais consciente e adaptada ao contexto real da estrada.
Isto poderá ser especialmente útil em zonas residenciais, áreas escolares ou troços com histórico de acidentes, onde se pretende reduzir a velocidade média dos veículos, mas sem transformar o excesso em infração automática.
Aceitação pode depender dos condutores
A eficácia da nova sinalização dependerá, em grande parte, da aceitação por parte dos próprios condutores. Tal como acontece com outros sinais de recomendação já existentes, a adesão voluntária será essencial para que a medida tenha impacto na segurança rodoviária.
É ainda cedo para saber se este sinal de contorno verde será oficialmente integrado na sinalização portuguesa, mas o debate está lançado. E à medida que a mobilidade se torna mais complexa, cresce também a necessidade de sinais mais versáteis e ajustados às realidades do trânsito moderno.
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