A rentabilidade bruta da compra de casa em Portugal para arrendamento fixou-se nos 6,9% no terceiro trimestre de 2025. O valor representa uma ligeira descida face ao ano anterior, mas continua a ser atrativo para quem procura rendimento no mercado imobiliário. Os dados foram divulgados pelo portal idealista, que analisou o retorno médio do investimento em casa e outros ativos como escritórios, lojas e garagens.
Segundo o idealista, a rentabilidade da habitação caiu 0,3 pontos percentuais face ao mesmo período de 2024, quando se situava nos 7,2%, e 0,5 pontos em relação a 2023. Apesar desta descida, o retorno continua 0,4 pontos percentuais acima do registado em 2020, o que confirma a resiliência do setor, mesmo num contexto de juros elevados e mercado de arrendamento pressionado.
As cidades mais rentáveis para arrendar
Na análise por capitais de distrito e regiões autónomas, há duas cidades que se destacam claramente: Castelo Branco e Bragança. De acordo com a publicação, Castelo Branco lidera o ranking com uma rentabilidade bruta de 9%, seguida de Bragança com 8%. Logo atrás surgem Santarém (7,1%), Coimbra (6,7%), Leiria (6,5%), Viseu (5,9%) e Évora (5,8%).
No topo das regiões menos rentáveis estão Lisboa (4,6%) e o Funchal (4,8%), onde os preços de compra continuam a crescer mais rapidamente do que as rendas. Segundo a mesma fonte, esta diferença faz com que os investidores procurem mercados alternativos no interior do país, onde o custo de aquisição é mais baixo e o retorno, proporcionalmente, mais elevado.
Investimento em lojas, escritórios e garagens
O idealista analisou também outros segmentos imobiliários e concluiu que o investimento em lojas e escritórios apresenta atualmente as maiores rentabilidades médias do mercado português. As lojas registam 8,1%, os escritórios 8% e as garagens 5,2%.
Explica a plataforma que a metodologia usada consiste em dividir o preço de venda pelo valor médio de arrendamento anunciado, obtendo assim a percentagem bruta de rentabilidade para cada tipo de ativo.
Estes indicadores são uma referência importante para investidores que pretendem avaliar oportunidades antes de comprar imóveis para rendimento.
Incentivos fiscais e novas medidas do Governo
A conjuntura fiscal também está a influenciar as decisões de investimento. A Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) congratulou-se recentemente com a decisão do Governo de reduzir o IVA para 6% na construção e reabilitação de imóveis destinados a habitação ou arrendamento até 2.300 euros por mês.
Segundo a mesma associação, esta medida, anunciada por Luís Montenegro, aplica-se a construções até 648.000 euros e vigora até 2029, abrangendo tanto imóveis para venda como para arrendamento. De acordo com a publicação, a APPII considera esta redução um passo importante para mitigar a escassez de habitação e estimular o investimento privado no setor.
Um mercado em adaptação
Apesar da descida ligeira na rentabilidade global, o investimento imobiliário continua a ser visto como uma das opções mais seguras em Portugal. A estabilidade do mercado de arrendamento, aliada à procura crescente por habitação, tem garantido retornos consistentes para investidores que apostam em localizações menos saturadas.
Como sublinha o Idealista, o desafio agora passa por equilibrar a rentabilidade com a acessibilidade da habitação. E, para quem procura investir, os números mostram que há vida e lucro para além de Lisboa e Porto.
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