Em espinha ou em perpendicular, parar de frente costuma parecer mais fácil do que em paralelo. Há, regra geral, mais espaço e a manobra faz-se quase em linha reta. Ainda assim, multiplicam-se os erros: há quem se aproxime demasiado ao estacionar e acabe por tocar no lancil com as rodas ou com o para-choques; outros, com receio, ficam demasiado atrás e deixam a traseira a ocupar a passagem. O ponto certo existe e é fácil de treinar.
De acordo com um vídeo publicado por Sam Ugalde, especialista em cuidado automóvel, há um método simples para acertar a distância quando se estaciona de frente. A técnica assenta em dois pilares: regular bem o banco e usar o retrovisor esquerdo como referência visual. O objetivo é terminar a manobra com margem de segurança, sem encostar ao lancil e sem ficar a meio do lugar.
Ajuste do banco faz diferença
A posição ao volante condiciona a perceção das distâncias. Se o condutor estiver demasiado recuado, tenderá a parar cedo; se o banco estiver demasiado avançado, arrisca aproximar-se em excesso do obstáculo. O ideal é conduzir com os braços ligeiramente fletidos, boa visibilidade sobre o capô e total controlo dos pedais a baixa velocidade.
O retrovisor como referência
A aproximação deve ser lenta e progressiva ao lancil, parede ou pilarete que limita o lugar. Use o retrovisor exterior esquerdo como guia: assim que, do seu ponto de vista, o espelho ficar visualmente alinhado com o obstáculo, ainda existe alguma margem à frente. Essa folga varia de modelo para modelo, por isso vale a pena fazer dois ou três ensaios num local seguro para “memorizar” a distância do seu carro.
A partir desse ponto, avance apenas uns centímetros, com suavidade e pronto a travar, para acertar a distância final. Se o lugar for estreito, confirme a posição também no retrovisor direito. Se o veículo tiver sensores ou câmara, utilize-os como redundância e não como substitutos da observação direta.
Capô longo ou carro curto: o que muda
O avanço final depende das proporções do veículo. Em carros com capô longo, onde o balanço dianteiro é maior, a recomendação é travar quando o retrovisor se alinhar com o obstáculo, preservando a folga. Em modelos mais curtos, pode somar um pequeno avanço, sempre a baixa velocidade. Nos últimos centímetros, mantenha as rodas direitas e confirme a posição com uma segunda olhadela.
Estacionar bem também é segurança
Para além da estética, estacionar com rigor evita danos em pneus, jantes e para-choques. Se o veículo subir ao lancil, os baixos podem ficar riscados e, ao fazer marcha-atrás, podem prender componentes. Pelo contrário, se o carro ficar demasiado afastado, aumenta o risco de levar um toque na traseira ou de acabar a estorvar a passagem.
Passos rápidos para aplicar já
- Ajustar o banco para ergonomia e controlo fino.
- Entrar devagar no lugar, com as rodas direitas.
- Usar o retrovisor exterior esquerdo como guia e alinhar com o obstáculo.
- Após o alinhamento, travar se o capô for longo ou avançar ligeiramente se o carro for curto.
- Confirmar a folga e endireitar as rodas antes de desligar.
Com repetição, esta técnica torna-se automática. Em poucos dias, o condutor passa a “ver” instintivamente a folga necessária, reduzindo o stress e evitando pequenos toques que saem caros.
















