Toda a região do Algarve recebe turistas oriundos de diferentes nacionalidades, mas sabe-se que a cidade de Albufeira é o destino de eleição de muitos ingleses. Quer seja apenas para umas férias, ou até para viver, são muitos os britânicos que se fixam na cidade que no início de 2025 foi considerada a “mais feia da Europa” pela jornalista Mary Lussiana, do The Telegraph.
Em 2011, já o concelho de Albufeira contava com 4.000 residentes ingleses e nos dias de hoje os números mantêm-se. Também no primeiro semestre de 2022, os ingleses representavam mais de 50% da procura por habitações em resorts, o que significa que Albufeira é efetivamente uma cidade muito procurada pelos ingleses.
“Estou maravilhado com a vista da manhã desde o terraço da Casa Amor”
Apesar de Albufeira ser a opção de muitos ingleses, o que é certo é que o jornal britânico, The Times, diz que é em Olhão que se encontra o “verdadeiro Portugal”. Audrey Gillan, jornalista do The Times, ficou hospedado no Boutique Hotel Casa Amor Olhão e refere estar “maravilhado com a vista da manhã desde o terraço da Casa Amor, um novo hotel boutique de dez quartos no centro do antigo bairro de Olhão”.
Num artigo intitulado, “A pacata cidade algarvia onde encontrará o verdadeiro Portugal”, o autor conversa também com os responsáveis pelo alojamento em Olhão, que destacam que, ali, a vida é “autêntica”. Os proprietários do Casa Amor fazem ainda questão de referir que, em Olhão, mais importante do que o sol e a praia, é mesmo “a luz”.
Audrey Gillan revela ter sido conquistado por essa mesma “luz” quando visitou a também apelidada de cidade cubista pela primeira vez, em 2009. Sublinha ainda no seu artigo que Olhão “é o lugar perfeito para um longo fim de semana fora do Reino Unido, em busca de céus azuis no inverno”.
No restaurante Tapas e Lendas come-se marisco por menos de 10€
Para além do centro histórico e das praias das ilhas da Armona e Culatra, que se encontram mesmo à frente de Olhão, a cidade destaca-se também pela possibilidade de provar o tão tradicional marisco sem gastar muito dinheiro. No restaurante Tapas e Lendas, por exemplo, pode comer uma dose de mexilhão à marinheiro por 7,50 euros ou uma dose de lingueirão por 8 euros, assim como uma dose de berbigão por 8,50 euros.
O que fazer em Olhão?
Olhão é uma cidade rica em história e tradição, com diversos pontos de interesse cultural e arquitetónico. Entre os locais de visita obrigatória encontram-se os Mercados Municipais de Olhão, cuja construção teve início em 1912 e foi concluída em 1916. Estes mercados tornaram-se, ao longo dos anos, num símbolo da cidade e são um ponto de passagem essencial para quem deseja conhecer de perto o quotidiano olhanense.
Os Mercados Municipais de Olhão destacam-se não só pela sua importância comercial, mas também pelo valor arquitetónico. Construídos com uma estrutura metálica e tijolo aparente, são um exemplo notável da arquitetura do ferro e do vidro. Assentes em 88 estacas interligadas por arcos de alvenaria, os edifícios foram concebidos para garantir funcionalidade e solidez, mantendo até hoje uma presença marcante na paisagem urbana.
Compostos por dois edifícios de planta longitudinal, os Mercados estão divididos entre o Mercado das Verduras e o Mercado do Peixe. Cada espaço é identificado pelos seus torreões circulares envidraçados, características únicas que conferem um charme particular ao conjunto. Após obras de reabilitação no final do século XX, os mercados reabriram ao público em 1998, mantendo o seu aspeto original e ganhando um novo interior decorado com azulejos de Costa Pinheiro.
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Também há museus na cidade
Outro ponto de interesse cultural da cidade é o Museu Municipal de Olhão, instalado na antiga Casa do Compromisso Marítimo, datada do final do século XVIII. Este edifício foi construído com o apoio dos mareantes locais e tinha como objetivo servir a confraria que os apoiava, dispondo de serviços essenciais, como uma botica e um açougue no piso térreo. No andar superior, a Sala dos Despachos é adornada com uma pintura que inclui o brasão real português.
O Museu Municipal de Olhão foi inaugurado em 2001, após profundas obras de requalificação, e é atualmente um importante polo cultural do concelho. A sua missão passa pela preservação e divulgação do património olhanense, incluindo coleções ligadas à história marítima, arqueologia, indústria conserveira, fotografia, entre outras. É um espaço dedicado à memória coletiva da cidade, oferecendo aos visitantes uma visão abrangente da sua evolução histórica e social.
Bairro antigo de Olhão
Por fim, merece destaque o Bairro Antigo de Olhão, um local marcado pela arquitetura peculiar e pelas ruas estreitas de calçada portuguesa. Este bairro caracteriza-se pelas casas cúbicas, miradouros e açoteias, herança das influências mouriscas e da tradição marítima local.
Outrora habitado por ricos comerciantes, conserva ainda hoje varandas em ferro forjado e fachadas que testemunham o passado próspero da cidade. Caminhar por estas vielas labirínticas é uma forma de mergulhar na identidade cultural e nas histórias que moldaram Olhão ao longo dos séculos.
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