A erosão costeira continua a colocar em risco algumas das zonas balneares mais emblemáticas do Algarve. Praias que nos meses de verão costumam encher-se de toalhas estão agora mais pequenas e podem vir mesmo a desaparecer em breve. Há dois areais em particular no Algarve que estão de momento em alerta e já estão a ser alvo de intervenções para estarem prontos para a época balnear.
Entre as praias mais afetadas encontra-se a Praia da Fuzeta-Mar, no concelho de Olhão, cuja recuperação do areal está prometida antes do verão. No entanto, os concessionários temem que a obra não avance a tempo da chegada dos turistas.
Intervenções anteriores revelaram-se insuficientes
Em 2018, esta mesma praia foi alvo de uma intervenção que consistiu na adição de 80 mil metros cúbicos de areia. Apesar do reforço, o cordão dunar voltou a ceder nos anos seguintes, evidenciando a força persistente do mar e a natureza temporária da solução.
Durante uma visita oficial ao Algarve, no início de abril, a ministra do Ambiente anunciou que “há financiamento para adicionar 150 mil metros cúbicos à praia”. Segundo a governante, a execução da intervenção depende agora da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que deverá justificar o lançamento de um concurso de emergência.
Concessionários ‘apreensivos’ com prazos
Com o arranque da época balnear previsto para junho, os operadores locais mostram-se apreensivos quanto ao calendário da intervenção. “A preocupação é que as obras não estejam concluídas quando os turistas começarem a chegar”, afirmam os concessionários.
A erosão não é exclusiva da Fuzeta-Mar. A Praia do Forte Novo, situada em Quarteira, tem também registado perdas significativas. Escreve a SIC Notícias que esta zona já perdeu cerca de 10 metros de areal, agravando a insegurança das infraestruturas costeiras e reduzindo o espaço disponível para os banhistas.
Medidas locais têm efeito temporário
As autarquias têm respondido com medidas, como a realimentação artificial das praias. No entanto, estas soluções são temporárias e condicionadas pelas condições meteorológicas. O mau tempo dos últimos meses agravou a situação, provocando novas perdas e instabilidade no terreno.
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Para responder a este problema de forma mais estrutural, o Governo e a APA estão a preparar um plano de intervenção alargado. A iniciativa abrangerá todas as ilhas-barreiras da região algarvia, com um investimento total de 22 milhões de euros, financiados através do Programa Operacional Sustentável com fundos comunitários.
Exposição natural agrava erosão em Quarteira
A Praia do Forte Novo, situada numa zona natural a nascente de Quarteira, está mais exposta devido à ausência de molhes que possam funcionar como barreira protetora. As arribas ocres e os pinhais formam um cenário único, mas a ação do mar compromete a sua estabilidade. É comum observar pinheiros com as raízes expostas, sinal do avanço contínuo da água.
Já na Praia da Fuzeta, localizada na extremidade leste da Ilha da Armona, a paisagem foi significativamente alterada desde as tempestades de 2010. A antiga barra foi substituída por uma nova abertura artificial ao mar, a Barra Nova, situada a pouco mais de um quilómetro a nascente da zona balnear.
Requalificação e valorização do património natural
Os equipamentos de apoio à praia da Fuzeta foram entretanto requalificados. A zona entre a antiga e a nova barra passou a ser conhecida como Praia da Barra Nova, apresentando hoje um areal praticamente intocado, com piscinas naturais que surgem na baixa-mar e uma paisagem dominada pela natureza.
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