Com o verão a aproximar-se, muitos portugueses começam a planear as suas férias no Algarve. Nas localidades mais perto do mar, os preços dos hotéis e alojamentos locais tendem a subir de forma acentuada, contudo, há uma pequena aldeia na região sul do país que pode conhecer durante a época alta, sem precisar de fazer um grande investimento financeiro no que diz respeito à estadia. É que esta aldeia tem um hotel onde pode dormir por 108 euros por noite, no mês de agosto.
A aldeia de Alte, situada no interior do concelho de Loulé, esconde um dos “segredos naturais” do Algarve. A Queda do Vigário, uma imponente cascata com 24 metros de altura, surge integrada na Ribeira de Alte, formando uma paisagem singular. A água desce com força até uma lagoa de águas claras, criando um cenário procurado sobretudo nos meses mais quentes. É durante o verão que o local se enche de banhistas em busca de tranquilidade e frescura.
Zona de lazer com infraestruturas de apoio
Para além da beleza natural da cascata, o espaço envolvente foi alvo de requalificação. Foram instaladas mesas de piquenique e infraestruturas de apoio para acolher os visitantes em melhores condições. A zona verde em redor convida a momentos de lazer ao ar livre. O percurso de acesso é feito a partir do cemitério de Alte, podendo optar-se entre um trilho pedestre mais curto ou um caminho mais acessível.
Centro histórico preserva identidade rural
A aldeia preserva ainda muitos dos elementos que definem a sua identidade arquitetónica. Apesar de existirem construções recentes, Alte mantém o seu centro histórico com traços típicos. As casas são caiadas de branco, com portas e janelas emolduradas por embasamentos coloridos. As cores mais comuns são o azul, o amarelo e o vermelho, conferindo uniformidade e harmonia ao conjunto urbano.
Decoração tradicional em destaque nas ruas
Elementos decorativos tradicionais continuam visíveis nas ruas e casas da localidade. As chaminés rendilhadas e os candeeiros em ferro forjado fazem parte da arquitetura característica. As fachadas estão frequentemente decoradas com vasos floridos e pinturas temáticas. Estas representações visuais remetem para aspetos culturais e quotidianos da comunidade.
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O território em redor da aldeia é marcado pela agricultura tradicional. A paisagem é dominada pelos socalcos do barrocal, onde se pratica a agricultura de sequeiro. Amendoeiras, alfarrobeiras e figueiras são predominantes nos pomares da região. Pequenas hortas fornecem legumes, vinhas e cereais que sustentam parte da população local. Esta atividade agrícola mantém-se como um pilar de subsistência.
Igreja Matriz é marco central na aldeia
O património religioso de Alte é representado pela Igreja Matriz, também conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Assunção. Este templo ocupa uma posição central na história da povoação. As primeiras menções surgem no século XIII, durante o período da reconquista cristã, onde existia uma pequena ermida. A igreja atual foi erguida no século XVI, em estilo manuelino tardio, e alvo de intervenções no século XIX.
Desde 2013, a Igreja Matriz de Alte está classificada como Imóvel de Interesse Público. Esta distinção reconhece o seu valor histórico, artístico e arquitetónico. O interior da igreja foi alvo de obras de conservação, respeitando os elementos originais. O monumento continua a ser ponto de encontro da comunidade e destino de visitantes interessados no património religioso algarvio.
Mercado mensal dinamiza a economia local
A dinâmica da aldeia estende-se também ao comércio tradicional, visível no mercado mensal. Este decorre na terceira quinta-feira de cada mês e reúne produtores e artesãos locais. Frutas, legumes, mel, queijos, trabalhos em madeira, olaria e artigos em couro são alguns dos produtos disponíveis. O evento assume um papel importante na promoção da economia local.
Fontes tradicionais eram espaços de convívio
Entre os pontos de interesse mais visitados estão ainda a Fonte Pequena e a Fonte Grande, localizadas à saída da aldeia, no sentido nascente. Estes espaços desempenharam um papel central na vida comunitária durante décadas. Eram utilizados principalmente pelas mulheres, que ali lavavam roupa e partilhavam conversas. A convivência nestes locais reforçava os laços entre vizinhos.
A Queda do Vigário, o património arquitetónico, o mercado local e os espaços de memória fazem de Alte um destino de múltiplas experiências. A combinação entre natureza, história e cultura atrai cada vez mais visitantes. A aldeia afirma-se como um ponto de paragem obrigatória no interior algarvio. A preservação e valorização do território continuam a marcar o desenvolvimento da região.
Uma noite nesta aldeia custa pouco mais de 100 euros em agosto
Se for até à “aldeia mais típica do Algarve” durante o mês de agosto, saiba que pode pernoitar num hotel na região por preços bem mais reduzidos do que em qualquer cidade algarvia junto ao mar. No Alte Hotel, de três estrelas, uma noite para duas pessoas durante o mês de agosto custa 108 euros, segundo a informação disponibilizada pelo Booking.
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