Os juros da dívida portuguesa estavam hoje a descer em todos os prazos, depois de o Banco de Portugal ter acelerado a mudança da gestão do Banco Espírito Santo (BES).
Cerca das 08:40 de hoje, os juros a 10 anos estavam em 3,761%, depois de terem terminado a 3,866% na sexta-feira e de terem descido até aos 3,323% a 11 de Junho, um mínimo desde Outubro de 2005.
No prazo a cinco anos, os juros estavam a descer para 2,468%, já abaixo dos 2,5%, depois de terem terminado a 2,554% na sexta-feira e de terem descido até ao mínimo de sempre (2,102%) a 09 de Junho.
No mesmo sentido, a dois anos, os juros da dívida estavam a descer para 0,919%, depois de terem fechado a 1,020% na sexta-feira, acima de 1% pela segunda vez desde 5 de Junho, e descido até 0,839% a 04 de Julho, um mínimo de sempre.
Depois dos juros das dívidas soberanas da periferia da Europa terem subido fortemente, o BES comunicou hoje ao mercado a cooptação de Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato para os cargos de presidente, vice-presidente da comissão executiva e administrador financeiro da instituição, respectivamente.
De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as nomeações visam substituir “Ricardo Espírito Santo Salgado, José Manuel Pinheiro Espírito Santo e José Maria Espírito Santo Ricciardi, também membros da comissão executiva, que haviam renunciado ao mandato”.
O Banco de Portugal (BdP) tinha determinado no domingo a convocação urgente de uma reunião extraordinária do conselho de administração do BES para proceder à cooptação dos novos membros para a comissão executiva.
O Banco de Portugal informou que continua a aguardar que lhe seja submetido, para avaliação, o modelo de governo interno que venha a ser aprovado em assembleia geral extraordinária.
Nas últimas semanas, foram tornados públicos vários problemas no Grupo Espírito Santo (GES), a que se juntam alterações na gestão do BES, com a saída do líder histórico do banco, Ricardo Salgado.
A 17 de Maio, Portugal abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar.
O programa de ajustamento solicitado à `troika` (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor cerca de três anos.
Na reunião mensal de Julho, o Conselho de Governadores do BCE deixou inalteradas as medidas de política monetária anunciadas em Junho.
A 05 de Junho, o BCE tinha cortado a taxa de juro directora em 0,10 pontos percentuais para o novo mínimo histórico de 0,15% e anunciou a realização de duas injecções de liquidez de longo prazo (quatro anos), em Setembro e Dezembro deste ano, no valor de 400 mil milhões de euros, destinadas a serem emprestadas pela banca a empresas e famílias.
Os juros da dívida soberana da Irlanda estavam hoje a subir a dois e cinco anos e a descer a dez anos. Dublin terminou oficialmente, a 15 de Dezembro passado, o programa de ajustamento solicitado em 2010 à `troika`, no valor de 85 mil milhões de euros.
Os juros de Itália e de Espanha estavam a descer em todos os prazos, bem como os da Grécia a 10 anos, o único prazo disponível daquele país.
(Agência Lusa)