Guardar certos alimentos no frigorífico parece uma prática lógica para manter a frescura, mas nem sempre é a melhor opção. Um dos ingredientes mais usados na culinária portuguesa perde sabor e textura quando exposto a baixas temperaturas, algo que muitos desconhecem.
O frio pode arruinar a textura e o sabor
A refrigeração, em vez de preservar, acaba por comprometer a qualidade deste alimento. Estudos indicam que o frio altera a sua estrutura, tornando-o farinhento e menos suculento. Para quem aprecia um bom prato com ingredientes frescos, este erro pode ser determinante.
Além da textura, de acordo com a Taste, também o sabor se perde. O frio interfere nos compostos aromáticos, responsáveis por aquele paladar autêntico que tanto caracteriza este ingrediente. Se alguma vez sentiu que, depois de sair do frigorífico, este alimento estava “morto” e sem sabor, agora sabe a razão.
A opinião dos especialistas
Segundo Gregory Lofts, produtor culinário citado pelo site de Martha Stewart, “quando se refrigera um tomate, está-se essencialmente a retirar-lhe o sabor e a textura”. Ele explica que os tomates contêm uma enzima que reage ao frio, causando a rutura das membranas celulares, o que altera a consistência e torna-os mais moles.
A absorção de odores indesejados
Outro problema relacionado com o frigorífico, segundo a mesma fonte, é a absorção de cheiros indesejados. Este ingrediente tem uma pele fina, o que facilita a transferência de odores de outros alimentos. Se estiver próximo de queijos, cebolas ou produtos com aromas intensos, o seu sabor original pode ficar comprometido.
Para evitar essa contaminação de cheiros e preservar todas as suas características, é essencial guardá-lo no local certo. Os especialistas recomendam que este alimento seja mantido à temperatura ambiente, num espaço seco e longe da luz solar direta.
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A importância da maturação ao natural
Esta forma de conservação, tal como refere o Taste permite que o ingrediente amadureça corretamente, desenvolvendo o seu aroma e sabor natural. Ao contrário do que muitos pensam, o frigorífico interrompe esse processo, resultando num produto menos saboroso.
Se ainda não estiver totalmente maduro, deixá-lo à temperatura ambiente acelera o processo de maturação, garantindo um sabor mais intenso e uma textura mais agradável. No entanto, há exceções que merecem atenção.
E se já estiver demasiado maduro?
Caso este alimento já esteja demasiado maduro e não vá ser consumido de imediato, o frigorífico pode ser uma solução temporária. Neste caso, é importante saber um pequeno truque para minimizar os efeitos negativos do frio.
Para recuperar parte do sabor perdido, basta retirá-lo do frigorífico algumas horas antes de o utilizar. Este simples gesto ajuda a restaurar parte dos compostos aromáticos, devolvendo-lhe um pouco da sua autenticidade.
Como armazenar quando está cortado?
Mas e quando está cortado? Nesta situação, o frigorífico torna-se a melhor opção para evitar a deterioração rápida. No entanto, a forma como é armazenado faz toda a diferença na conservação.
O ideal é colocá-lo com a parte cortada virada para baixo, num recipiente hermético. Desta maneira, a frescura é preservada por mais tempo, evitando que se torne ressequido ou absorva cheiros indesejados.
Se for utilizado em sopas ou molhos, a alteração da textura provocada pelo frio não será tão relevante. Para estes pratos, o sabor é mais importante do que a consistência. Contudo, se a ideia for utilizá-lo em saladas ou pratos frescos, é fundamental deixá-lo à temperatura ambiente antes de servir. Este pequeno gesto faz uma grande diferença no sabor final.
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