Janete Serrano, filha de um homem que aguarda operação a um tumor no cérebro explicou ao POSTAL de que forma é que a unidade de saúde afetou a condição do pai. Janete faz ainda um pedido para que a situação do homem se resolva e que “não deixem o meu pai morrer”.
“O meu pai era para ser operado hoje [segunda-feira], era porque não foi. Na sexta-feira disseram-me que ele ia ser operado hoje [segunda-feira]. Liguei para saber a que horas é que ele ia ser operado. O que me foi dito é que a operação era para ter ocorrido de manhã, mas houve um caso de uma senhora que tinha mais urgência, pelo que a senhora foi operada na vez do meu pai. Até aí tudo bem”. revela Janete.
A filha continua: “disseram então que o meu pai ia ser operado da parte da tarde. Liguei à tarde para saber como estava o ponto de situação, se o meu pai já estava no bloco operatório. A colega do turno da tarde disse-me que o meu pai não tinha sido operado. Perguntei o motivo. Responderam-me que a operação da tal senhora tinha sido bastante demorada e que o bloco não se encontrava em condições de receber o meu pai. Novamente, compreendi a situação. Perguntei então quando é que o pai iria ser operado. A resposta da enfermeira foi que não me podia responder a essa pergunta porque ela própria não sabia” para surpresa de Janete.
“Quando o meu pai deu entrada no hospital [de Faro] entrou pelo próprio pé. Neste momento o meu pai está um ‘vegetal’. Revelaram-me que o tumor não é maligno, mas o meu pai já ia [para o hospital] com uma perna e braço afetados. Se isto se arrastar por mais tempo o meu pai das duas uma: ou não ‘resiste’ ou vai ficar acamado. Quando isso acontecer de quem é a culpa?”
“Estou desde as 10 da manhã no Hospital de Faro a tentar falar com o médico responsável do meu pai, até à data não consegui falar com ninguém. Não vou sair deste hospital sem saber uma resposta definitiva sobre a cirurgia do meu pai. Caso o médico não venha falar comigo vou ficar a dormir na rua à porta do hospital”.
“Quem quiser estar comigo nesta luta pelo meu pai, por mim, por você, por todos que merecem ser tratados com dignidade e respeito, ficarei aqui à vossa espera porque eu jamais vou desistir do meu pai”, conclui Janete Serrano.