Ao longo da vida, a busca pela felicidade é um tema constante. O que significa ser feliz pode variar de pessoa para pessoa e mudar nas diferente idades. Para alguns, a felicidade pode estar ligada a conquistas profissionais; para outros, está nos momentos simples do quotidiano.
Um estudo realizado no Reino Unido procurou perceber em que fase da vida os seres humanos se sentem verdadeiramente mais felizes. A análise teve por base dados de mais de 23 mil pessoas e revelou conclusões que contrariam algumas ideias feitas sobre o bem-estar ao longo dos anos.
Dois picos de felicidade identificados
Segundo os investigadores, a felicidade segue uma curva em forma de U. Isto significa que existe uma tendência para os níveis de felicidade serem mais elevados no início da vida adulta, descerem gradualmente com a idade e voltarem a subir mais tarde.
O primeiro pico de felicidade acontece, em média, por volta dos 23 anos. É nesta fase que muitas pessoas iniciam novos projetos de vida, como estudos superiores, primeiros empregos ou relações significativas.
O segundo pico é observado por volta dos 69 anos. A chegada à reforma, a estabilidade emocional ou familiar e a liberdade para dedicar tempo a interesses pessoais podem estar entre os fatores que ajudam a explicar este aumento no bem-estar emocional.
Quando nos sentimos menos felizes
Entre estes dois momentos de maior felicidade, o estudo indica que os níveis de satisfação com a vida tendem a ser mais baixos entre os 45 e os 48 anos. Esta fase coincide com o que popularmente se designa como a crise de meia-idade.
Durante este período, podem surgir preocupações relacionadas com a carreira, a situação financeira, a saúde ou a sensação de estagnação. Estas questões podem contribuir para uma perceção menos positiva da própria vida, ainda que, na prática, muitos destes desafios sejam comuns e até esperados.
É importante referir que estes dados são estatísticos e não devem ser interpretados como uma regra. Cada pessoa tem a sua própria experiência de vida, marcada por acontecimentos únicos.
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Felicidade e momentos simples
Apesar das oscilações ao longo do tempo, o estudo sublinha que a felicidade não depende apenas de grandes acontecimentos. Muitos dos participantes identificaram momentos de bem-estar associados a gestos simples, como partilhar uma refeição com amigos, ouvir música ou caminhar ao ar livre.
Estes momentos quotidianos parecem ter um papel importante na construção da satisfação com a vida, independentemente da idade ou da fase em que a pessoa se encontra.
A perceção de bem-estar pode ainda ser influenciada por fatores como o apoio familiar, o envolvimento social e a qualidade das relações interpessoais.
Tendências comuns e experiências individuais
Embora o estudo aponte para uma curva comum nos níveis de felicidade ao longo da vida, é possível que algumas pessoas não se identifiquem com esta trajetória. Existem muitos elementos que escapam aos dados estatísticos, como o contexto cultural, o estado de saúde ou eventos marcantes a nível pessoal.
A felicidade é subjetiva
Além disso, o conceito de felicidade é subjetivo e muda ao longo das diferentes idades. Aquilo que proporciona bem-estar a uma pessoa pode não ter o mesmo impacto noutra. Por esse motivo, as idades assinaladas no estudo devem ser entendidas como tendências médias, e não como garantias.
Este tipo de investigação permite, segundo a Women´s health, perceber melhor os momentos do ciclo de vida em que, em termos gerais, as pessoas se sentem mais satisfeitas com a sua existência.
A análise, feita com base em dados de milhares de indivíduos, oferece uma visão abrangente do tema e contribui para um maior entendimento das fases de maior e menor satisfação emocional.
Mesmo nas idades identificadas como ‘mais difíceis’, a maioria das pessoas relatou encontrar pequenos pontos de equilíbrio e momentos de alívio.
Curva em U
O estudo sugere que a felicidade pode ser um fenómeno cíclico e que existem fases em que o bem-estar tende a aumentar de forma natural. A curva em U pode ajudar a compreender que os altos e baixos fazem parte de um percurso mais longo.
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