Sou um jovem a crescer no Algarve, o que me fez sentir a Europa como algo bem real, e não
apenas uma ideia distante dos livros ou das notícias.
Ao contrário do que estudei nos livros, para mim, a Europa sempre significou uma panóplia de oportunidades — como o programa Erasmus+, que me deu a hipótese de saír da minha zona de conforto e conhecer outros países como a Polónia, novas culturas, e a liberdade de viajar sem barreiras, descobrindo diferentes formas de viver e de me enriquecer social e culturalmente.
Acho que essa mobilidade, a facilidade de ir, ver e viver noutros lugares, é mesmo uma das maiores conquistas da União Europeia, algo que a minha geração tem o privilégio de aproveitar.
Ao assinalarem-se 40 anos da adesão de Portugal à então CEE, a 1 de janeiro de 1986, constato que muito se fez pelo país e pela nossa região. Muita coisa mudou desde então.
Os fundos estruturais europeus foram cruciais no desenvolvimento de infraestruturas, e no Algarve isso foi visível.
Foi sob a liderança de um algarvio que se iniciou a construção da A22, com o apoio de fundos europeus, facilitando o acesso à Capital e ao nosso país vizinho, Espanha. Melhorou-se o acesso a saneamento básico e à água potável em muitas zonas. Tudo isso teve impacte positivo na vida das pessoas, melhorando a qualidade de vida na região.
Contudo, reconheço que a Europa não é isenta de desafios: ainda há muitas desigualdades, problemas ambientais, que exigem soluções urgentes, e uma certa falta de ligação entre os países e as culturas.
Os investimentos em infraestruturas, a modernização do país e a abertura a um mercado comum permitiram a projeção de Portugal, da periferia para o centro da Europa. Ganhando voz.
No entanto, esta herança não é estática; somos nós, os jovens de hoje, que temos a responsabilidade de continuar a construir essa Europa, de a adaptar ao nosso tempo.
Celebrar este aniversário é mais do que olhar para o passado. É pensar no que queremos para o futuro, especialmente num momento em que vemos guerras às portas da Europa, divisões a crescer, e discursos nacionalistas a ganharem força.
Precisamos de uma Europa unida, solidária e forte, uma Europa que escute os jovens e nos envolva nas decisões que vão delinear o nosso futuro.
Celebrar estes 40 anos é, um momento de refletirmos sobre o percurso traçado, mas também para reafirmar o nosso compromisso com uma Europa mais forte, mais unida e mais alinhada com as aspirações dos jovens. A Europa faz parte de mim, das oportunidades que tive, das experiências que vivi, das amizades que fiz e dos sonhos que tenho para o futuro. Quero continuar a fazer parte da sua construção, e acredito que muitos outros jovens também.
Nota biográfica: Carlos Rodrigues é um jovem estudante de Línguas e Humanidades, no 11.º ano em Portimão.

“40 Visões da Europa”
A 12 de junho de 1985, Espanha e Portugal assinaram o Tratado de Adesão às então Comunidades Europeias (Comunidade Económica Europeia, Comunidade Europeia da Energia Atómica e Comunidade Europeia do Carvão e do Aço). Este foi o terceiro alargamento.
O Europe Direct Algarve, a CCDR Algarve, a Eurocidade do Guadiana e outros parceiros transfronteiriços associaram-se para assinalar a data. A rubrica «40 Visões da Europa» vai dar voz a 40 pessoas (líderes políticos e associativos, jovens, cidadãos ,..)
Entre 4 de maio e 12 de junho (data da assinatura dos 40 anos do Tratado de Adesão) todos os dias um artigo . Mais informação sobre a campanha na página conjunta (4) Facebook
Leia também: 40 visões da Europa: Orgulhosamente Europeu | Por António Martins

O Europe Direct Algarve faz parte da Rede de Centros Europe Direct da Comissão Europeia. No Algarve está hospedado na CCDR Algarve – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.
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