Um grupo de portugueses na Roménia criou recentemente a primeira associação da comunidade, a Academia do Bacalhau de Bucareste, com o objetivo de “promover a portugalidade” naquele país do leste europeu, disse à Lusa o fundador.
“A comunidade portuguesa estava muito dispersa, não havia um pretexto para nos unirmos e começarmos a fazer algo pela ‘portugalidade’ e também para nos ajudarmos uns aos outros em termos de negócios”, relatou, em entrevista à Lusa em Bucareste Miguel Borges, empresário do setor da construção, que vive na Roménia desde 2011, depois de uma passagem pelo país em 2005.
A ideia, descreveu, surgiu numa celebração do 10 de junho, Dia de Portugal, que era, até então, a única ocasião, num ano, em que os portugueses na Roménia se encontravam.
Na Roménia residem cerca de 2.000 cidadãos portugueses, a maioria dos quais na capital, estima a embaixada portuguesa em Bucareste.
Depois de contactos com a associação-mãe, a Academia do Bacalhau de Joanesburgo (África do Sul), os emigrantes começaram a preparar a organização, que foi oficialmente criada no início de abril.
“Fomos a 52.ª Academia do Bacalhau a abrir no mundo”, referiu Miguel Borges.
Apesar do nome, a organização não é uma confraria gastronómica, esclareceu – a referência ao bacalhau deve-se a ser um alimento associado a Portugal.
“O objetivo é promover a portugalidade nos sítios onde estamos, espalhar a imagem de Portugal e tentar que os valores que nós identificamos como portugueses sejam mais presentes nos países onde estamos”, destacou.
Entre as iniciativas, a academia está a colaborar com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua para a representação portuguesa na Feira do Livro deste ano, no final de maio, em que Portugal é o país convidado.
Membros da academia também têm participado nas meias-maratonas de Bucareste, envergando ‘t-shirts’ da organização e doando o custo da inscrição a uma instituição romena que apoia crianças em situação de sem-abrigo.
Membros da Academia vão também colaborar, em setembro, com a organização norte-americana Habitat for Humanity, na construção de uma casa para uma família desfavorecida.
Em declarações à Lusa, o embaixador de Portugal em Bucareste, Paulo Cunha Alves, saudou a iniciativa da comunidade portuguesa.
“Para um embaixador, é sempre importante ver que a comunidade está a organizar. O facto de terem criado esta Academia mostra o interesse em estar em conjunto, discutirem ideias, debaterem questões, projetos”, comentou o diplomata.
Por Joana Haderer, enviada da agência Lusa
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