O Livro da Vida – 365 Meditações Diárias, de J. Krishnamurti, com tradução de Paulo Ramos, publicado pela Planeta no início deste ano, é uma obra clássica de um dos maiores filósofos e líderes espirituais do mundo.
Krishnamurti viajou por todo o mundo para proferir palestras, desde 1930 até 1986, ou seja, durante mais de seis décadas, até ao final da sua vida com cerca de 90 anos. Nas suas palestras o essencial, para si, era promover um diálogo aberto com a plateia que o acolhia. Procurando não impor o seu pensamento, apontava a necessidade de as pessoas se transformarem através do autoconhecimento, da autoconsciência dos seus pensamentos e sentimentos no dia a dia, e de como estes se espelham nos seus relacionamentos.
Para um filósofo, escritor e educador com mais de sessenta obras publicadas (e mais de 5 milhões de exemplares vendidos) que acreditava que a verdade não podia ser acumulada, O Livro da Vida não se pode propriamente considerar um livro escrito pela sua pena, antes resulta de uma compilação do seu pensamento e discurso transcrito em várias das suas obras. O leitor pode ou não optar por ler apenas um texto por dia; o certo é que as palavras de Krishnamurti mantêm-se atuais e tocam na intemporalidade da essência humana.
Este conjunto de textos, vertidos numa linguagem fácil e acessível, resulta assim de uma antologia de reflexões proferidas nas suas palestras, algumas delas inéditas – no final do livro referencia-se a fonte de cada um dos textos.
Um livro inspirador que convida o leitor a uma viagem de descoberta pessoal através de 365 meditações diárias sobre temas que eram recorrentes nos ensinamentos de Krishnamurti, como a liberdade, desejo, desenvolvimento pessoal, vida plena, amor, tristeza e morte.
O Livro da Vida apresenta 365 textos diários, agrupados não só por meses do ano, mas também por temas, sendo que cada semana corresponde a um tema (Por exemplo, em abril, podemos ler sobre Desejo, Sexo, Casamento e Paixão). O título do livro explica-se por uma questão lançada em 1934, quando o autor perguntou aos seus ouvintes porque queriam ser estudantes de literatura, se podiam estudar a própria vida. Nas suas conversas, o filósofo destacou várias vezes que o mundo deveria ser lido como um livro e que o livro da vida era o único que valia a pena ser lido, pois tudo o resto converte-se num pensamento em segunda mão.
J. Krishnamurti (1895-1986) é considerado um dos grandes filósofos e figura espiritual do século XX. Não reivindicou ligação a nenhuma casta, nacionalidade ou religião. Também nunca se vinculou a nenhuma tradição. O seu objetivo era libertar a humanidade das limitações destrutivas da mente condicionada.