Mensagens de telemóvel que se fazem passar por instituições públicas e empresas privadas estão a alertar para dívidas urgentes e a exigir pagamentos através de referências Multibanco. De acordo com a SPMS, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, trata-se de smishing, uma forma de burla que tenta induzir as vítimas a fornecer dados pessoais e bancários. As mensagens, que apelam à rapidez do pagamento com prazos de cinco dias, remetem para links fraudulentos que geram referências MB aparentemente legítimas.
Os burlões utilizam valores relacionados com serviços hospitalares ou dívidas ao SNS, criando um sentido de urgência e procurando pressionar o destinatário a agir sem confirmar a informação. A Procuradoria-Geral da República alerta que estas mensagens são esquemas fraudulentos, destinados a precipitar pagamentos indevidos, e recomenda a denúncia imediata às autoridades.
Como surge a entidade 21800
Um dos elementos que tem chamado a atenção é a utilização da entidade 21800. De acordo com a EDP, empresa de energia portuguesa, este código tem surgido em SMS fraudulentos que não pertencem à companhia.
A empresa disponibilizou uma lista das suas entidades oficiais, que inclui os códigos 12223, 23013, 21196 e 20174, e alerta que quaisquer outros devem ser considerados suspeitos. Segundo a mesma fonte, a ASAE confirmou que a 21800 foi usada em tentativas de burla contra operadores económicos, com mensagens que alegavam a cobrança de coimas através de referências Multibanco.
A entidade 21800 é legítima?
Apesar de ser usada indevidamente em fraudes, a 21800 não é uma entidade fictícia. O Banco de Portugal esclarece que está associada à Online Payment Platform B.V., anteriormente MediaMedics B.V., uma instituição de pagamento sediada na União Europeia e autorizada a operar em Portugal.
A plataforma Open Banking UK confirma a alteração da designação social da entidade. A fraude ocorre quando este código é explorado por terceiros para enganar consumidores e empresas.
Como funcionam as mensagens fraudulentas
Segundo a SPMS, os burlões recorrem a logótipos de instituições públicas e a linguagem de urgência para criar um efeito de pressão.
As referências Multibanco geradas parecem válidas, dificultando a perceção de fraude. Por isso, é fundamental não ceder a mensagens inesperadas que aleguem dívidas ou coimas.
Como se proteger
Para se proteger, a EDP aconselha sempre a verificação das entidades junto dos canais oficiais antes de efetuar qualquer pagamento e disponibiliza no seu site a lista completa de entidades válidas.
SPMS reforça que não deve ser pago qualquer valor e recomenda eliminar imediatamente a mensagem. Caso o pagamento já tenha sido efetuado, o banco deve ser contactado de imediato, seguindo-se a apresentação de queixa às autoridades.
O essencial a reter
As referências Multibanco continuam a ser usadas como isco em fraudes digitais. Nem o SNS nem o SNS 24 cobram dívidas por SMS ou email.
A entidade 21800 tem surgido repetidamente em mensagens fraudulentas, embora esteja ligada a um intermediário de pagamentos autorizado, conforme esclarece o Banco de Portugal. A regra principal é clara: não pagar sem confirmação e denunciar sempre que houver suspeita de burla.
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