As diferenças salariais dentro da União Europeia (UE) tornaram-se demasiado evidentes para passar despercebidas. Num cenário onde alguns países oferecem remunerações estagnadas, há outros onde o salário médio é duas a três vezes superior. Um desses casos é o deste país da UE, do qual lhe falaremos em seguida, que continua a atrair milhares de trabalhadores, incluindo muitos portugueses.
A realidade portuguesa mostra-se pouco competitiva quando comparada com os países do norte da Europa. Em Portugal, o salário médio ronda os 1.602 euros mensais, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística. Já na Dinamarca, o rendimento médio por hora ultrapassa os 29 euros brutos, o que se pode traduzir em mais de 4.500 euros por mês, dependendo sempre da carga horária e do setor profissional, segundo a EURES (Serviços Europeus de Emprego).
Um destino cada vez mais procurado
Esta disparidade explica em parte a crescente procura por oportunidades laborais fora de Portugal. A Dinamarca destaca-se como um dos países mais atrativos para quem quer melhorar as condições de vida. O seu mercado de trabalho é dinâmico, inclusivo e com forte procura de mão de obra qualificada.
Segundo dados da rede EURES, cerca de 13% da força de trabalho na Dinamarca é composta por estrangeiros. Este número reflete não só a abertura deste país da UE ao talento internacional, mas também a necessidade de colmatar a falta de profissionais em vários setores.
Modelo fiscal muito diferente do português
Um dos elementos distintivos da Dinamarca em relação a Portugal prende-se com o seu modelo fiscal. Enquanto em Portugal grande parte dos descontos é feita diretamente no salário bruto, na Dinamarca o financiamento da Segurança Social é assegurado principalmente através dos impostos sobre o rendimento.
Este modelo tem impacto direto na perceção que os trabalhadores têm sobre o seu salário líquido. Apesar de a carga fiscal ser elevada, os rendimentos líquidos aparentam ser mais favoráveis. É importante, contudo, considerar que o custo de vida no país é igualmente elevado, segundo a mesma fonte.
Compensa o custo de vida? Para muitos, sim
Apesar dos preços altos, há quem considere que a Dinamarca oferece uma relação custo-benefício favorável. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional, os horários flexíveis e os direitos laborais bem definidos são apontados como trunfos deste país nórdico.
Além disso, os serviços públicos, como o sistema de saúde e a educação, são amplamente valorizados. O ensino é gratuito até ao nível superior e o apoio às famílias, nomeadamente com creches e licenças parentais, contribui para uma perceção positiva do país como local para viver e trabalhar.
Clima e adaptação: os principais desafios
Naturalmente, nem tudo é perfeito. Quem pondera emigrar para a Dinamarca deve preparar-se para um clima rigoroso, especialmente durante o outono e inverno, e para diferenças culturais significativas.
Embora o inglês seja amplamente falado, sobretudo nas grandes cidades, a adaptação pode exigir algum esforço. Existem, no entanto, programas de integração e cursos de língua dinamarquesa gratuitos que facilitam a entrada no mercado de trabalho.
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Setores com maior procura de trabalhadores
A Dinamarca apresenta uma economia estável, com uma das taxas de desemprego mais baixas da Europa e níveis de produtividade bastante elevados. Entre os setores com maior procura de trabalhadores estrangeiros, destacam-se a engenharia, as tecnologias de informação, a construção civil, os cuidados de saúde e os serviços sociais, refere o site da União Europeia.
Muitos portugueses já encontraram oportunidades nestas áreas, beneficiando de salários mais altos e condições de trabalho que superam largamente as que encontrariam em território nacional.
Qualidade de vida é fator decisivo
Os indicadores internacionais colocam consistentemente este país da UE entre aqueles com maior qualidade de vida do mundo. A confiança nas instituições, o baixo índice de corrupção e a sensação geral de segurança ajudam a explicar este reconhecimento. Para muitos emigrantes, mudar-se para a Dinamarca significa não só uma melhoria salarial, mas também a possibilidade de alcançar estabilidade, segurança e bem-estar para toda a família.
Um dos destinos mais desejados da UE
A Dinamarca tem vindo a afirmar-se como um dos destinos preferidos para quem procura melhores condições de vida dentro da UE. O desfasamento salarial, aliado à qualidade dos serviços públicos e ao ambiente laboral estável, faz com que este país escandinavo continue a atrair trabalhadores de toda a Europa. Numa altura em que tantos procuram novos rumos, destaca-se como um dos poucos países da UE onde as oportunidades são reais e os salários fazem a diferença.
Uma tradição insólita na Dinamarca
Sabia que na Dinamarca é tradição atirar canela a pessoas solteiras no dia do seu 25.º aniversário? Esta prática peculiar chama-se kanel-dag e remonta ao século XIX. Quando um dinamarquês ou dinamarquesa chega aos 25 anos sem estar casado, os amigos preparam-lhe uma verdadeira ‘chuva’ de canela, muitas vezes com o aniversariante atado a um poste ou a uma cadeira, enquanto é coberto da cabeça aos pés com especiaria, como explica o MSN.
Se a pessoa chegar aos 30 anos e continuar sem se ter casado, a tradição torna-se ainda mais intensa: trocam-se os grãos de canela por pimenta. Apesar de parecer estranho a olhos estrangeiros, os dinamarqueses levam tudo com muito humor. Aliás, é tão comum que, neste país da UE, as lojas vendem pacotes gigantes de canela para estas ocasiões. Uma curiosidade insólita que mostra como este país nórdico também sabe brincar com as suas próprias tradições.
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