Os consumidores portugueses enfrentam novos aumentos nos preços dos produtos alimentares, numa altura em que o custo de vida continua sob pressão. A laranja destacou-se esta semana como o alimento cujo preço mais subiu, segundo dados da DECO PROTeste.
De acordo com a organização de defesa do consumidor, o preço da laranja aumentou 20 cêntimos por quilo entre 16 e 23 de abril, representando uma subida de 14%. Atualmente, um quilo custa 1,67 euros.
Segundo a mesma fonte, a comparação com o passado recente é ainda mais expressiva: há três anos, a 5 de janeiro de 2022, um quilo de laranja custava 1,08 euros, menos 58 cêntimos do que atualmente, o que representa uma subida de 54% no período.
Outros produtos também registaram aumentos
Além da laranja, a DECO PROTeste identificou outros alimentos com aumentos percentuais significativos durante a mesma semana. O iogurte líquido, a massa em espirais e os cereais de fibra registaram uma subida de preços de 9%.
Estes aumentos refletem-se no cabaz alimentar monitorizado pela organização. De acordo com a DECO PROTeste, o valor do cabaz aumentou 1,86 euros (mais 0,79%) entre 16 e 23 de abril, atingindo agora um custo total de 238,73 euros.
Tendência mantém-se no comparativo anual
Se a análise se estender ao início do ano, os dados revelam ainda outras subidas relevantes. Comparando com a primeira semana de 2025, os ovos foram o produto que mais encareceu, com uma subida de 28%.
Ainda segundo a DECO PROTeste, a carne de novilho para cozer registou um aumento de 23% e o tomate subiu 19% desde o início do ano.
Impacto no orçamento familiar
A escalada dos preços dos alimentos tem impacto direto no orçamento das famílias, que veem o custo das compras regulares a subir gradualmente.
A variação semanal e anual dos preços evidencia a volatilidade do setor alimentar, num contexto ainda influenciado por fatores externos como as condições climáticas, a inflação e os custos de produção.
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Monitorização contínua
A DECO PROTeste continua a monitorizar a evolução dos preços semana a semana, com o objetivo de informar os consumidores sobre as tendências de mercado.
De acordo com a organização, a informação recolhida serve de base para aconselhar os consumidores na gestão das suas compras e na comparação de preços entre diferentes superfícies comerciais.
Contexto mais alargado
A inflação alimentar tem sido uma preocupação em toda a Europa. Em Portugal, apesar de alguma desaceleração recente, os preços continuam elevados em muitos setores básicos, como frutas, legumes e laticínios.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de preços dos produtos alimentares frescos registou aumentos contínuos ao longo dos últimos meses.
Previsões para os próximos meses
Especialistas citados pela DECO PROTeste alertam que, embora alguns preços possam estabilizar, outros produtos, nomeadamente os sujeitos a fatores sazonais, poderão continuar a apresentar oscilações significativas.
Produtos como frutas, hortícolas e ovos são tradicionalmente mais sensíveis a variações de produção e a custos energéticos, refletindo-se de forma rápida nos preços ao consumidor.
Recomendações para o consumidor
Face a este cenário, a DECO PROTeste aconselha os consumidores a compararem preços, aproveitarem promoções e preferirem produtos de época para minimizar o impacto no orçamento familiar.
Outra estratégia recomendada é a compra planeada e a utilização de listas de compras ajustadas às promoções verificadas em cada momento.
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