A Ryanair voltou a lançar críticas às agências de viagens online, denunciando o que considera ser práticas “enganosas e prejudiciais” que fazem com que os clientes paguem até 176% a mais pelos mesmos serviços. A transportadora de baixo custo irlandesa publicou esta quarta-feira um relatório onde aponta várias plataformas, entre elas a eDreams, Tix e Vola, como responsáveis por inflacionar de forma significativa o custo de reservas, bagagens e lugares marcados.
Diversas queixas dos consumidores
De acordo com o site especializado em economia e atualidade, Executive Digest, o documento foi divulgado após um aumento expressivo de queixas de consumidores em vários países europeus.
Segundo o relatório, a eDreams surge como o principal infrator, cobrando 15,67 euros por um lugar que no site da Ryanair custa apenas 5,67 euros. Também o preço de uma mala de 10 quilos sofre um aumento expressivo: de 12,99 euros para 27,07 euros.
A Tix, por sua vez, foi apanhada a vender lugares reservados a 17,50 euros e malas de 20 quilos a 45,59 euros, o que representa aumentos de 67% e 40%, respetivamente.
Já a Vola também não escapa à lista, cobrando 25 euros por embarque prioritário e mala de 10 quilos, enquanto a Ryanair pede 17 e 16,99 euros pelos mesmos serviços.
Aumento “evitável” e apelo à intervenção das autoridades
Segundo o diretor de marketing da companhia, Dara Brady, estas práticas representam “custos adicionais evitáveis para os consumidores em toda a Europa”.
O responsável acusa ainda as autoridades nacionais e europeias de nada fazerem para travar o problema. “Apesar das evidências de prejuízo para os consumidores, muitos governos e entidades de proteção, especialmente o ministro do Consumo de Espanha, Bustinduy, continuam sem agir”, afirmou Brady, citado pela empresa.
A Ryanair pede uma intervenção urgente das instituições europeias e dos governos nacionais para garantir transparência na venda de bilhetes e serviços adicionais. O objetivo, defende a companhia, é proteger “turistas desavisados” que acabam por pagar mais sem se aperceberem.
Tarifas enganadoras e custos escondidos
As agências de viagens online costumam atrair clientes com preços iniciais aparentemente mais baixos, mas, segundo o relatório, os valores finais revelam-se muito superiores após a inclusão de extras. Uma análise da organização de consumidores Which?, publicada em 2023, confirma esta tendência, concluindo que reservar voos através destas plataformas pode custar em média mais 115 euros do que comprar diretamente no site da transportadora.
Para evitar surpresas, a Ryanair aconselha os passageiros a verificarem sempre os preços diretamente no seu site oficial antes de efetuar qualquer pagamento.
Algumas companhias, como a easyJet, já publicam listas de parceiros autorizados, entre os quais Duffel, Amadeus, Travelport, Peakwork e Kyte, garantindo maior segurança nas reservas. Outras, como a WizzAir, anunciaram parcerias com distribuidores certificados para reforçar a transparência no processo de compra.
Segundo o Executive Digest, a comparação entre o preço total final, incluindo todos os serviços adicionais, é a forma mais eficaz de garantir que o consumidor não paga mais do que devia.
STATEMENT REATIVO da eDreams ODIGEO recebido no Postal
Informamos que decisões judiciais recentes determinaram que as alegações feitas pela Ryanair são falsas e ilegais, sendo consideradas uma campanha de difamação ilegal:
- A 17 de julho de 2025, o Tribunal Comercial n.º 12 de Barcelona emitiu uma decisão contra a entidade registada na Irlanda Ryanair, D.A.C., declarando que esta tinha cometido um ato de concorrência desleal por difamação contra a eDreams.
- De forma fundamental, o Tribunal proíbe explicitamente a divulgação de alegações que argumentem que a eDreams “cobra preços excessivos” ou que prejudica os consumidores. A decisão do Tribunal determina expressamente que a Ryanair cesse e se abstenha de publicar manifestações (incluindo imagens) que afirmem ou sugiram que a eDreams “aplica margens ocultas, injustificadas ou abusivas, ou cobra preços excessivos/sobretaxas”, ou que a eDreams “engana, é fraudulenta ou é ‘pirata’”.
- Uma decisão anterior de junho de 2025 de um tribunal superior, o Tribunal de Recurso de Barcelona, indeferiu um recurso da Ryanair e concluiu que as suas alegações eram falsas e não constituíam uma campanha informativa legítima e baseada em factos.
- As decisões judiciais que consideram estas declarações falsas seguiram-se à análise de provas exaustivas num julgamento em que o tribunal concluiu que os preços da eDreams eram mais vantajosos ou mais baixos do que os preços praticados pela Ryanair no seu website, na maioria dos casos. À luz destes factos, o tribunal concluiu que as expressões ofensivas proferidas pela Ryanair não eram verídicas.
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