Portugal bateu este domingo a Ucrânia, por 5-2, no segundo jogo de preparação para o Campeonato da Europa de futsal de 2026, disputado em Tavira, dois dias depois de empatar 1-1 com a mesma equipa.
Os bicampeões europeus em título (2018 e 2022) melhoraram de forma considerável e triunfaram com golos de Pauleta (19 minutos), Tiago Brito (28, de penálti), Hugo Neves (31) e Tomás Paçó (32 e 39), enquanto Korsun (33) e Shved (38) faturaram para os ucranianos.
A um mês do início do Euro2026, a equipa das ‘quinas’ entrou de forma dominante, com intensa agressividade na pressão, que lhe permitia recuperar inúmeras bolas, e também boa circulação de bola no ataque.
O guardião ucraniano Yurii Savenko foi o grande obstáculo ao futsal luso nos minutos iniciais, somando defesas de excelente nível em remates de Kutchy (dois minutos) e Afonso Neves (cinco e sete).
Só a partir dos sete minutos é que a Ucrânia, mais apostada nas transições rápidas, se libertou do domínio intenso de Portugal, mas as tentativas de Nazar Shved (sete minutos) e Ihor Korsun (nove) foram travadas por Bernardo Paçó.
O jogo tornou-se mais equilibrado a partir daí, com o perigo a rondar as duas balizas, em lances de Perviveiev, com defesa de Edu, aos 15 minutos, e Pauleta, numa cabeçada para mais uma defesa de Savenko, aos 18.
A um minuto do intervalo, Tomás Paçó recuperou a bola a meio-campo, acelerou pelo meio-campo ucraniano e, aproveitando o desequilíbrio, serviu Pauleta, que finalizou para o 1-0 na ‘cara’ do guardião ucraniano.
A Ucrânia, medalha de bronze no último Mundial, mudou de guarda-redes ao intervalo, mas Bielimov manteve o nível exibido por Savenko, defendendo com mérito remates de Pauleta (21 minutos), Hugo Neves (22), Silvestre (25) e Rúben Góis (28).
O ascendente luso na partida não estava a ter sequência no capítulo da finalização, até que Portugal beneficiou de um penálti, convertido por Tiago Brito, aos 28 minutos, com um pontapé forte.
Galvanizado pelo excelente jogo, os portugueses aumentaram a diferença, com Hugo Neves a marcar o terceiro golo após um brilhante pormenor individual, aos 31 minutos, e a servir Tomás Paçó para o 4-0, no minuto seguinte.
A Ucrânia ‘apareceu’ finalmente no jogo e reduziu, aos 33 minutos, por intermédio de Ihor Korsun, enquanto Mykytiuk desperdiçou um livre de 10 metros, permitindo a defesa de Edu, um minuto depois.
Numa reta final mais caótica, Nazar Shved assinou o 4-2, aos 38 minutos, e Tomás Paçó ‘bisou’, no minuto seguinte, para fixar o resultado final.
No Europeu do próximo ano, a disputar na Letónia, Lituânia e Eslovénia (21 de janeiro a 07 de fevereiro), Portugal integra o Grupo D, sediado em Liubliana, capital da Eslovénia, juntamente com Itália, Hungria e Polónia.
Declarações após o jogo particular Portugal-Ucrânia (5-2), em Tavira
– Jorge Braz (selecionador de Portugal): “Se calhar, sofremos estes dois golos, com toda a honestidade, porque quisemos continuar a ser Portugal, quisemos continuar a pressionar, quisemos continuar a preparar o processo para o Europeu.
Era muito fácil ter baixado, ter deixado a Ucrânia ter posse, defender de outra maneira quando subissem o guarda-redes e ter segurança para manter o resultado, mas continuámos a lutar e a pressionar, e foi assim que fizemos o 5-2.
Muito satisfeito com o global do jogo, porque se marcámos cinco, tivemos pelo menos mais cinco para marcar, claramente.
[Em relação ao jogo de sexta-feira] Ajustámos a estratégia, mas, mais do que isso, foram os níveis de atenção e concentração terem aumentado.
A primeira parte foi quase perfeita, construímos tantas e tantas ocasiões, de bola parada, no ataque, a pressionar. Tinha pedido para aumentarem uma série de coisas para este jogo, e aumentámos claramente.
A pergunta que colocámos no primeiro dia, quando cá cheguei, foi: ‘Quem é que nós somos?’. O futsal português está num patamar elevadíssimo, devido ao trabalho de muita gente, e hoje saímos daqui com uma resposta claríssima: sabemos muito bem quem somos. Não foi só este jogo, foram os dois jogos, o estágio e como toda a gente se preparou.
[Convocatória para o Europeu] Dúvidas há sempre, devido ao cada vez maior número de opções que temos. Percebo o entusiasmo, mas ainda faltam duas jornadas da Liga e ainda a Taça da Liga. Vai ser muito difícil, mas isso é um excelente indicador da forma como está o nosso futsal”.
– Bruno Coelho (jogador de Portugal): “Independentemente do resultado, trabalhámos bem.
Conseguimos jogar bem, não conseguimos concretizar tanto, mas preparámo-nos para melhorar na finalização hoje e acho que o resultado é o espelho disso.
Estamos a preparar-nos, e cada vez melhor preparados para a competição [Europeu de futsal]. Este estágio foi bastante produtivo.
Depois do último estágio em Braga, demos uma resposta exemplar, uma resposta boa para o que aí vem e estes dois jogos foram exemplo disso. Competimos bem, jogámos bem e dissemos que estamos presentes”.
Jogo no Pavilhão Dr. Eduardo Mansinho, em Tavira
Portugal – Ucrânia, 5-2
Ao intervalo: 1-0
Marcadores:
1-0, Pauleta, 19 minutos.
2-0, Tiago Brito, 28 (grande penalidade).
3-0, Hugo Neves, 31.
4-0, Tomás Paçó, 32.
4-1, Ihor Korsun, 33.
4-2, Nazar Shved, 38.
5-2, Tomás Paçó, 39.
Equipas:
– Portugal: Bernardo Paçó, Bruno Coelho, Afonso, Kutchy e Lúcio Rocha. Jogaram ainda André Coelho, Pany Varela, Pauleta, Tomás Paçó, Silvestre, Tiago Brito, Miguel Ângelo, Rúben Góis, Hugo Neves, Edu e André Correia.
Selecionador: Jorge Braz.
– Ucrânia: Yurii Savenko, Mykola Mykytiuk, Artem Fareniuk, Illia Prykhodko e Ihor Korsun. Jogaram ainda Yevhenii Zhuk, Nazar Shved, Vladyslav Pervieiev, Ihor Cherniavskyi, Petro Shoturma, Mykhailo Zvarych, Ivan Bielimov, Danyl Abakshyn e Oleksandr Sukhov.
Selecionador: Oleksandr Kosenko.
Árbitros: Cristiano Santos e Rúben Santos.
Ação disciplinar: Nada a assinalar.
Assistência: 2.281 espetadores.
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