Com os feriados a aproximarem-se, muitas famílias e grupos de amigos planeiam escapadinhas até ao país vizinho. Para quem vai de carro, há um detalhe importante a ter em conta no momento de planear o percurso: o pagamento de portagens em Espanha.
Apesar da perceção generalizada de que as estradas espanholas são gratuitas, essa ideia nem sempre corresponde à realidade. Existem vias de circulação livre, mas também há autoestradas com custos associados, algumas com valores consideráveis.
A distinção fundamental passa pela diferença entre as “autovías”, de acesso gratuito, e as “autopistas”, que estão sujeitas ao pagamento de portagem.
Pagamento manual e eletrónico nas autoestradas
Nas autoestradas com portagem, o condutor tem normalmente duas opções: pagamento manual, feito em dinheiro ou com cartão de crédito, ou pagamento eletrónico, através de um dispositivo instalado no veículo.
Para cidadãos não residentes em Espanha, o acesso ao sistema de pagamento eletrónico local — conhecido como “VIA-T” ou “Telepeaje” — pode ser mais difícil, já que este requer uma conta bancária espanhola.
Via Verde Traveller: uma solução para condutores portugueses
É aqui que entra o truque: o Via Verde Traveller, um serviço criado através de uma parceria entre Portugal e Espanha, permite aos condutores portugueses usarem o seu identificador Via Verde em determinadas autoestradas espanholas, evitando paragens nas portagens e filas nos pórticos.
Para utilizar este serviço, o condutor deve ter um identificador Via Verde de última geração, associado a um NIF. O serviço está ativado por defeito em dispositivos das classes 1, 2 e 5, desde 29 de março de 2016.
A ativação ou verificação do serviço pode ser feita através da linha de apoio ao cliente ou no site da Via Verde.
Autoestradas abrangidas e operadores incluídos
O sistema Via Verde Traveller abrange autoestradas operadas por entidades como Itinere, Abertis e Acega. No portal da Via Verde estão listadas as vias incluídas, bem como instruções sobre o funcionamento do serviço.
Apesar da cobertura não ser total, trata-se de uma opção válida para reduzir a necessidade de paragens e facilitar a circulação.
Tipos de portagens em Espanha
Em Espanha existem vários tipos de portagens. As principais são:
Portagens em autoestradas (designadas por “AP”): são operadas por concessionárias privadas e têm portagens ao longo de todo o trajeto.
Portagens urbanas: algumas cidades introduziram zonas de acesso restrito, sujeitas a pagamento, como é o caso da Zona de Baixas Emissões em Barcelona.
Portagens em túneis e pontes: estruturas como a ponte da Baía de Cádiz e o túnel de Sóller têm tarifas específicas.
Trechos de “autovías” com portagem: em certas zonas urbanas existem vias rápidas com segmentos sujeitos a pagamento.
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Autoestradas sem portagem em Espanha
Nem todas as vias rápidas espanholas são pagas. A maioria das “autovías” permanece de acesso livre. Exemplos incluem:
A-1: Madrid – San Sebastián
A-2: Madrid – Barcelona
A-3: Madrid – Valência
A-4: Madrid – Sevilha
A-5: Madrid – Badajoz
A-6: Madrid – A Corunha
A-7: Costa mediterrânica até Algeciras
A-8: Costa norte (Bilbau – Galiza)
A-9: Fronteira francesa – Porto do Son
Autoestradas com portagem ativa
Entre as “autopistas” com portagem estão:
AP-1: Burgos – Armiñón
AP-6: Villalba – Adanero
AP-7: Vários troços na costa leste
AP-8: Variante de Bilbau
AP-9: Fronteira portuguesa – Ferrol
AP-36: Ocaña – La Roda
AP-41: Madrid – Toledo
AP-68: Bilbau – Saragoça
Radiais R-2, R-4 e R-5: todas com origem em Madrid
As tarifas podem variar consoante a distância percorrida, o tipo de veículo e a hora do dia. Recomenda-se a consulta prévia aos operadores rodoviários para evitar surpresas.
Planeamento e consulta antes de partir
Antes de viajar, é aconselhável confirmar as condições das vias a utilizar, especialmente em trajetos longos. Os preços podem sofrer alterações e o mapa de concessões pode ser revisto.
A informação mais atualizada está disponível nos sites das concessionárias e no portal da Dirección General de Tráfico de Espanha.
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