Os números de valor acrescentado, como os que começam por 808 ou 760, são cada vez mais utilizados por empresas e serviços em Portugal. Contudo, ligar para estes números pode traduzir-se em surpresas desagradáveis na sua fatura, com um custo inesperado para estas chamadas. Apesar de a maioria dos pacotes de telecomunicações incluir chamadas gratuitas para redes fixas e móveis nacionais (prefixos 2 e 9), os números especiais estão, na maioria dos casos, excluídos destas ofertas.
Números gratuitos: prefixos 800 e derivados
Nem todos os números de valor acrescentado têm custos, como nos explica o Forever Young. Os números que começam por 800 são gratuitos, sendo conhecidos como “números verdes”. O custo destas chamadas é totalmente suportado pelo destinatário. No entanto, este princípio aplica-se apenas aos números que iniciam com “800” ou à variação internacional “8008”. Linhas como o 802, associadas a chamadas gratuitas em cabines telefónicas, também não geram custos para o utilizador.
Os números de emergência, como o 112 (emergência médica) e o 117 (proteção florestal), são igualmente gratuitos e podem ser utilizados mesmo sem saldo ou tarifário ativo no telemóvel.
Custo dos números de tarifa especial: o essencial a saber
Os prefixos 808 e 809 representam números de tarifa partilhada, em que o custo é dividido entre quem realiza e quem recebe a chamada. Apesar de frequentemente divulgados como tendo um preço equivalente a uma chamada local, é importante verificar as condições do seu tarifário, pois estas chamadas não estão geralmente incluídas nos pacotes. Outros números especiais, como os que começam por 70, são frequentemente utilizados para serviços de apoio ao cliente, mas têm custos mais elevados.
Os números 760, 761 e 762 são comuns em passatempos de rádio e televisão, tendo custos fixos por chamada. Por exemplo, uma ligação para um número 760 custa até 60 cêntimos, enquanto para um 762 o custo máximo sobe para 2 euros.
Tabela de preços para números especiais (sem IVA incluído):
- 707 e 708: 9 cêntimos/min (fixo) e 13 cêntimos/min (móvel), com faturação ao segundo a partir do 2.º minuto.
- 760: Custo máximo de 60 cêntimos por chamada.
- 761: Tarifa fixa de 1 euro.
- 762: Custo máximo de 2 euros.
- 808: 7 cêntimos no 1.º minuto, com tarifas de 2,77 cêntimos/min no horário normal (dias úteis, 9h-21h) e 0,84 cêntimos/min no horário económico.
- 809: 2,58 cêntimos/min.
Os números iniciados por 60 e 64, reservados para serviços de audiotexto (incluindo televoto e serviços de cariz erótico), não têm custos tabelados, mas as tarifas devem ser divulgadas nos primeiros 10 segundos da chamada. Estes números estão bloqueados por defeito e apenas são ativados mediante autorização expressa do cliente junto do operador.
Linhas de apoio ao cliente: custo pode variar
Os números de apoio ao cliente, como os que começam por 12 e 16, podem ser gratuitos dentro da mesma rede, dependendo do operador. Fora da rede, os custos aumentam significativamente. Por exemplo, uma chamada para o 16200 (MEO) pode custar até 5,94 euros.
Recomendações para evitar custos elevados
A DECO Proteste sugere optar por números gratuitos (prefixo 800) ou convencionais (prefixos 2 ou 9) sempre que possível. Muitos serviços disponibilizam números alternativos, frequentemente listados no rodapé de páginas da internet ou para chamadas do estrangeiro (prefixo +351).
Caso opte por ligar para um número especial, verifique os custos associados e controle a duração da chamada. Em passatempos televisivos ou de rádio, onde as chamadas têm custo fixo, o uso excessivo pode rapidamente aumentar a fatura.
Como reclamar em caso de problemas
Se se sentir lesado por uma chamada para um número de valor acrescentado, pode apresentar reclamação junto do operador ou da entidade responsável pela linha. A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e a plataforma Reclamar da DECO são recursos adicionais para consumidores em busca de esclarecimentos ou soluções.
Com transparência e atenção, é possível evitar surpresas e controlar os custos associados a este tipo de serviços.
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