Nos dias de hoje, o turismo é um dos setores que mais contribui para a economia do Algarve, mas não é preciso recuar até assim tão lá atrás para relembrar os tempos em que o Algarve era uma região que parecia ‘esquecida no mapa’. Não havia turistas, as visitas de membros do governo também eram escassas, mas hoje tudo mudou e o Algarve é um ‘paraíso’ muito falado em Portugal e no estrangeiro e os espanhóis confirmam a chegada do “luxo descalço” à região.
O ano de 1965 veio mudar a posição do Algarve no país e no mundo. A 11 de julho desse ano era inaugurado o Aeroporto de Faro. A inauguração foi liderada pelo então Presidente da República, Américo Thomaz e “conta-se que, depois da inauguração do aeroporto, os ingleses que iam para a Praia da Luz eram tantos que chegavam a hastear a bandeira”.
Estas últimas palavras são de José Manuel Simões, diretor do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, em declarações ao Notícias Magazine. O aeroporto do Algarve abriu as portas da região para turistas de várias nacionalidades, mas sobretudo ingleses, e o que se sabe é que Monte Gordo, Lagos e a Praia da Luz eram então os destinos preferenciais dos britânicos.
Relacionados: Descubra a vila do Algarve ‘ideal’ para reformados com pensões baixas
Atualmente, os ingleses continuam a fazer turismo no Algarve, contudo, ao longo dos anos o próprio turismo foi mudando e até o chamado “turismo de luxo” se adaptou aos novos tempos. Segundo escreve a jornalista do El País, Karelia Vázquez, já chegou ao Algarve o “luxo descalço”. A jornalista destaca que, apesar de o luxo continuar “exclusivo” e “cada vez mais caro”, “perde camadas e liberta-se de protocolos e códigos”.
Karelia Vázquez fala que as pessoas que hoje procuram o luxo na hora de viajar procuram também a “liberdade como um relaxamento das regras e uma vontade de aproveitar o bem através de coisas pequenas e reais”. Deixam de existir regras relacionadas com a forma de vestir para ir jantar e os turistas começam a preferir a possibilidade de entrar num restaurante de chinelos e com os pés cheios de areia, de preferência para pedir um peixe de mercado, servido pelo próprio pescador.
Há um hotel no Algarve que serve de exemplo do “luxo descalço”
O artigo do El País destaca o Vilalara Grand Hotel Algarve, situado junto à Praia das Gaivotas, em Porches, como um exemplo de “luxo descalço” em Portugal. “Tem graça se alguém gosta de imaginar histórias dos anos setenta, mas o seu conceito está instalado no bem-estar do século XXI, totalmente ligado às expectativas daquele viajante que quer todos os confortos do luxo, mas nenhum dos seus preceitos rígidos e ultrapassados”, lê-se no artigo.
É que nesta unidade hoteleira no Algarve pode pedir um vinho verde e visitar a vinha onde este é produzido e pode ainda fazer um piquenique “sem cerimónias”, junto ao mar.
Leia também: Nem bacalhau nem vinho: este era o pedido do Papa Francisco sempre que ia a restaurante de uma portuguesa
















