A Algar – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A. celebra esta terça-feira, 20 de maio, 30 anos de atividade, consolidando-se como um pilar essencial na gestão de resíduos e na transição ecológica do Algarve. Fundada em 1995, a empresa serve atualmente os 16 municípios da região, abrangendo uma população residente de cerca de 480 mil habitantes, número que triplica durante a época alta do turismo.
“Celebramos 30 anos com orgulho nos resultados alcançados: mais de 10 milhões de toneladas de resíduos tratados, centenas de milhares de toneladas recicladas e energia renovável gerada a partir de resíduos, com impacto direto na qualidade de vida e na sustentabilidade da região”, afirma Telma Robim, presidente da Comissão Executiva da Algar. A responsável sublinha ainda que o futuro da empresa passa por “reforçar a eficiência operacional, modernizar infraestruturas e apostar em soluções tecnológicas, como a Inteligência Artificial, para continuarmos a transformar resíduos em recursos — ao serviço de um Algarve mais verde, mais circular e mais preparado para os desafios ambientais que se avizinham.”
Ao longo das últimas três décadas, a empresa tratou mais de 10,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos, das quais 733 mil toneladas foram recolhidas seletivamente (vidro, papel/cartão, plástico, metal, madeira e pilhas). Desta atividade resultou também a produção de mais de 241.000 MWh de energia elétrica renovável, suficiente para abastecer cerca de 63.500 habitações durante um ano. Foram ainda produzidas 59.300 toneladas de composto orgânico Nutriverde, aplicáveis em mais de 5.930 hectares agrícolas ou no relvado de 8.300 campos de futebol.
A Algar destaca igualmente a reciclagem de 717 mil toneladas de embalagens, o que inclui 265 mil toneladas de papel/cartão, evitando o abate de mais de 4,5 milhões de árvores, 141 mil toneladas de plástico, poupando 204 milhões de litros de petróleo, e 309 mil toneladas de vidro, o que corresponde a uma poupança superior a 370 mil toneladas de matérias-primas naturais como areia, calcário e soda. No domínio da sensibilização, mais de 100 mil participantes estiveram envolvidos em ações de educação ambiental promovidas pela empresa.
A empresa afirma que “a inovação tem sido um dos eixos estratégicos”, destacando-se o projeto desenvolvido em parceria com a start-up NILG.AI, que utiliza Inteligência Artificial para otimizar a localização de ecopontos. Esta ferramenta, atualmente em fase piloto no município de Lagoa, já permitiu reduzir em 83% o tempo de decisão sobre novos locais de colocação, passando de 12 para apenas 2 dias. Este projeto valeu à Algar o prémio “Data Changemaker of the Year”, atribuído pela Data Science Portuguese Association (DSPA) e pela NOVA SBE.
Com uma equipa de cerca de 550 colaboradores, a empresa reafirma o seu papel como agente de transformação ambiental, social e económica na região. Para além da modernização progressiva das suas unidades, a Algar destaca ainda o seu empenho na literacia ambiental, com milhares de ações junto da comunidade escolar e empresarial.
Segundo a administração, a celebração dos 30 anos é também uma oportunidade para reforçar o compromisso com um futuro mais circular e sustentável. “Pretendemos continuar a liderar a mudança na região para um modelo de economia circular e de baixo carbono, num contexto de alterações climáticas, escassez de recursos e crescimento populacional”, reforça a empresa.
Em 2024, a Algar encaminhou para reciclagem 44.242 toneladas de embalagens e produziu 3.935 toneladas de corretivos orgânicos. Também nesse ano, foram injetados 21 GWh de energia na rede elétrica nacional. Registou-se ainda um crescimento de 7% na Recolha Seletiva face a 2023, com 11.174 toneladas de plástico e metal, 16.396 toneladas de papel/cartão e 18.145 toneladas de vidro recolhidos no Sistema Trifluxo.
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