Tem por hábito recorrer ao seu cartão para todas as transações? Existem vários gastos que não são aconselháveis para o pagamento com cartão de crédito. É fundamental ter precaução na forma como efetua os pagamentos, evitando utilizar esse tipo de cartão para certas despesas. Saiba agora mais neste artigo com a colaboração do NCultura.
Uma gestão financeira pessoal eficaz pressupõe não gastar mais do que o rendimento disponível. Assim, para prevenir endividamento (ou o agravamento de dívidas), é necessário fazer um uso inteligente do cartão de crédito e abster-se de pagar determinadas despesas com o mesmo.
O cartão de crédito não deve ser empregado indiscriminadamente em todas as compras, pois isso resultaria no aumento das despesas do mês seguinte. A utilização do cartão de crédito deve ser estratégica, pois implica gastar uma quantia que faz parte do rendimento do mês seguinte. Portanto, sempre que ponderar utilizar o cartão de crédito, reflita sobre a decisão, considerando cuidadosamente os prós e contras. Embora o cartão de crédito possa ser uma ferramenta valiosa que assegura o pagamento pontual de algumas despesas, é útil quando se necessita realizar uma compra superior ao saldo disponível.
No entanto, a utilização do cartão de crédito deve ser sensata e ponderada, caso contrário, poderá incorrer em taxas adicionais e aumentar o montante total a pagar. O uso rotineiro do cartão de crédito tornou-se comum e faz parte do quotidiano de muitos portugueses, sendo habitual efetuar compras com ele. Apesar da sua utilidade, existem despesas que não devem ser liquidadas com este cartão.
Conheça lista de despesas específicas que devem ser liquidadas de outra maneira, segundo o NCultura:
1- Dívidas de outro cartão
Ter mais de um cartão de crédito não é uma escolha vantajosa. É ainda mais desaconselhável saldar as dívidas de um cartão com outro. Se encontrar-se endividado num cartão de crédito, é recomendável considerar a obtenção de um crédito para liquidar integralmente a dívida.
2- Impostos
É crucial considerar os encargos caso não efetue o pagamento integral do montante devido no mês seguinte. Assim, só deverá saldar obrigações fiscais se tiver certeza de que terá fundos disponíveis na conta antes do final do mês. Se não for o caso, é aconselhável entrar em contato com a Autoridade Tributária e optar pelos planos de pagamento disponíveis. Isso evita incorrer em juros decorrentes de incumprimento ou adiamento do pagamento.
3- Compras online em sites poucos seguros
Ao utilizar o cartão de crédito em websites menos seguros, estará a facilitar a clonagem do cartão e a promover uma utilização fraudulenta. Por conseguinte, ao realizar compras online, é imperativo exercer extrema cautela, assegurando-se de que o website é seguro (https://). É aconselhável verificar regularmente os registos de transações no seu cartão para reforçar a segurança. Se detetar alguma atividade não reconhecida, deve informar imediatamente a instituição emissora do cartão para que este seja cancelado de imediato.
4- Prestações de créditos
Evite utilizar o cartão de crédito para saldar prestações de empréstimos que não consegue suportar. Ao recorrer a avanços de dinheiro (cash-advance), é improvável que consiga liquidar o montante total no mês seguinte. Isso resultaria no pagamento de juros substanciais sobre a dívida, superiores aos juros inerentes ao próprio empréstimo. Se antecipa dificuldades no cumprimento das obrigações, a abordagem mais apropriada é contactar a instituição financeira para renegociar os termos do crédito.
5- Hipotecas
Realizar o pagamento da entrada de uma habitação com o cartão de crédito não é uma decisão prudente, podendo resultar em custos elevados. A menos que possa efetuar um levantamento em dinheiro (cash-advance) e liquidar integralmente o montante no mês seguinte, esta não é uma despesa apropriada para o cartão de crédito.
Tomemos como exemplo um montante de 50 mil € utilizado no cartão de crédito, com uma Taxa Anual Nominal (TAN) de 19%, uma opção de pagamento de 10% do valor e uma anuidade de 100 €. Nesse cenário, os juros totais ascenderiam a 7117,88 € ao longo de 69 meses.
Dada a considerável quantia despendida em juros para um montante de 50 mil €, é mais sensato optar por um crédito habitação. Além disso, desaconselha-se a utilização do cartão de crédito para o pagamento da renda ou das prestações mensais da habitação.
6- Educação
As propinas universitárias podem representar uma despesa significativa para os estudantes, especialmente em instituições de ensino privadas. Se decidir liquidar o montante total das propinas de uma vez, a despesa torna-se substancial.
Contudo, não é aconselhável efetuar esse pagamento com o cartão de crédito. Existem alternativas mais vantajosas, como solicitar um plano de pagamento junto da universidade. Outra opção é recorrer a um crédito pessoal. Idealmente, pode ainda candidatar-se a uma bolsa de estudos.
Caso cometa o equívoco de utilizar o cartão de crédito para efetuar pagamentos avultados, poderá entrar numa situação de endividamento. Este cenário pode acarretar consequências futuras, incluindo penalizações de juros em pedidos de crédito.
7- Saúde
Existem eventos na área da saúde que podem impactar o orçamento familiar, como o nascimento de um bebé, uma intervenção cirúrgica ou mesmo um acidente imprevisto.
No entanto, não é aconselhável recorrer ao cartão de crédito para suportar essas despesas. A alternativa mais vantajosa seria estabelecer um plano de pagamentos. As taxas de juro associadas aos cartões de crédito são geralmente mais elevadas em comparação com as praticadas nos planos de pagamento oferecidos por hospitais ou clínicas.
Além disso, em alguns casos, pode até não haver qualquer taxa de juro associada a esses serviços. Assim, é essencial avaliar qual a modalidade de pagamento mais adequada ao seu orçamento antes de tomar uma decisão.
8- Despesas do quotidiano
É recomendável ter dinheiro em mãos para as despesas do dia a dia, evitando o uso frequente do cartão de crédito. Utilizar o cartão diariamente pode resultar em um erro, pois a disponibilidade constante de crédito pode levar à perda de noção dos gastos acumulados. Dessa forma, as despesas se acumulam ao longo do mês, podendo ultrapassar o montante do salário recebido.
Consequentemente, pode tornar-se difícil lidar com as obrigações financeiras associadas ao cartão de crédito. O aumento das despesas, causado pela aplicação de taxas de juro, contribui para um ciclo financeiro desafiador. Portanto, é importante cautela ao utilizar o cartão de crédito para despesas diárias.
9- Levantar dinheiro
Se estiver precisando de dinheiro e possui um cartão de crédito, é aconselhável evitar a tentação de recorrer a uma caixa multibanco para levantar fundos. Não deve utilizar o cartão para realizar operações conhecidas como “cash-advance”, que normalmente acarretam uma comissão composta por dois elementos: uma quantia fixa, independente do valor retirado, e uma percentagem sobre esse montante.
Por exemplo, suponha que a comissão de “cash-advance” do banco é de 4,00€ + 4%. Se optar por levantar 20€, o valor total devido no seu cartão de crédito não será apenas 20€; será de 24,80€ (20€ + 4,00€ + 20€ x 4% = 24,80€). Desta forma, acabará pagando significativamente mais do que o montante efetivamente retirado. Agora compreende a importância de evitar levantamentos de numerário com o seu cartão de crédito.
É crucial estar bem informado sobre as vantagens associadas ao cartão de crédito para utilizá-lo de forma eficiente, proporcionando benefícios para o seu orçamento mensal. Antes de utilizar o cartão de crédito, é fundamental realizar uma análise cuidada das suas vantagens e desvantagens, evitando aumentos desnecessários nas despesas mensais.
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