Diana de Carvalho Pereira é médica interna de Cirurgia Geral em Faro e tornou hoje público, nas suas páginas de redes sociais, acusações de negligência médica alegadamente praticadas pelo seu ex-orientador de formação.
Diz que apresentou queixa à Polícia Judiciária em Faro e que o Ministério Público já se encontra a investigar onze casos de “erro/negligência” que ocorreram entre janeiro e março deste ano no Hospital de Faro.
A médica Diana Pereira pede apoio na divulgação da sua publicação “para que chegue a todas as entidades a que tem que chegar e sejam tomadas medidas”.
“Reportei a queixa à ordem dos médicos, à entidade reguladora da saúde, à ACSS, e já fiz chegar também ao ministro da saúde através de conhecidos em comum e ao bastonário.
Reuni com a direção clínica, a direção do internato e administração do hospital a indicar que fiz queixa, na segunda-feira.
O Diretor do serviço, também é chefe da minha ex-equipa. Não precisava de fazer uma queixa interna para ele me voltar a dizer (como aconteceu vezes sem conta) que sou uma interna do primeiro ano e não tenho que opinar. Ele conhece os casos das queixas e não decidiu fazer queixa ou afastar o cirurgião em causa. É portanto, conivente com os atos e foi também, pelo mesmo motivo, alvo das queixas.
Na terça-feira, reuniu à porta fechada com os outros especialistas e tal resultou que um deles me respondeu quando me viu que “não fala comigo, porque não sou de confiança”. Depois, o Dr disse-me a mim, que aparentemente estava de urgência e ia fazer 12h e não tinha autorização para praticar qualquer ato clínico sem supervisão. Acatei a ordem, estive no serviço a existir e ajudar outros colegas. Mas não mereço tal tratamento nem ser apedrejada por ter feito uma queixa. Não merecia também a queixa que se seguiu, mas cada um está no seu direito de fazer o que bem entender, tal como fiz o que melhor considerei.
Inventaram uma história para me difamar junto ao hospital inteiro. Alegam insanidade, quando a minha queixa é referente a atos clínicos, baseada em provas com meios complementares de diagnóstico e relatos cirúrgicos. Alegam insanidade. Eu nunca fui um perigo para nenhum doente, ao contrário deles.
Querem que a minha queixa seja anulada por esse mesmo motivo. O mais chocante é que no dia seguinte a apresentar queixa formal, uma doente de 40 anos foi vítima de mais complicações pelas mãos deste cirurgião.
A TVI e a SIC já se encontram a fazer reportagens sobre os casos. Já falaram com vítimas e respetivos familiares.
Enquanto as reportagens não são públicas, gostaria que esta publicação fosse. Então peço apoio na divulgação, para que chegue a todas as entidades a que tem que chegar e sejam tomadas medidas.
Por respeito às famílias dos acusados, não divulgarei os nomes.”