María Branyas, que morreu em agosto do ano passado aos 117 anos, tornou-se um caso de estudo para a ciência. Natural da Catalunha, foi considerada pelo Guinness a oitava mulher mais longeva da história e deixou investigadores intrigados sobre o que poderia ter contribuído para a sua longevidade excecional.
De acordo com o jornal espanhol AS, a família anunciou a morte através da rede social X, explicando que Branyas partiu “tranquila e sem dor, enquanto dormia”. Ao longo dos anos, partilharam ali também muitas das suas reflexões sobre a vida e o envelhecimento.
Para a ciência, vidas tão longas são oportunidades raras de investigação. O objetivo é perceber quais os fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida que podem ter ajudado a alcançar uma idade tão avançada.
O olhar da ciência
A mesma fonte refere que o geneticista Manel Esteller liderou um estudo que procurou identificar hábitos marcantes na vida de María Branyas. Entre os vários dados analisados, destacou-se um em particular.
Segundo os investigadores, a centenária apresentava um microbioma intestinal “quase juvenil”, um fator que pode estar diretamente ligado à sua saúde e vitalidade.
O elemento que surpreendeu os cientistas foi simples: Branyas tinha o hábito de consumir diariamente um iogurte natural da marca catalã La Fageda.
O papel do iogurte
A revelação foi feita por Silvia Domènech, diretora-geral da empresa, numa entrevista à Cadena SER. Contou que, após a notícia, receberam várias chamadas do Reino Unido de pessoas interessadas em comprar o produto, algo impossível, já que não é vendido fora de Espanha.
Outros contactos vieram de distribuidores curiosos em levar a marca para o estrangeiro. Domènech frisou que a filosofia da empresa assenta em manter o iogurte com o maior número de bactérias vivas possível durante todo o prazo de validade.
Deste modo, acreditam contribuir para uma flora intestinal equilibrada, com benefícios para a saúde em geral.
Origem solidária
A história da La Fageda começou no Parque Natural da Garrocha, no pré-Pirinéu catalão. Inicialmente, o projeto nasceu para integrar pessoas com deficiência intelectual e perturbações mentais.
Com o tempo, a missão social alargou-se a outros grupos em risco de exclusão, reforçando o papel da empresa enquanto exemplo de economia solidária.
Hoje, o leite usado nos iogurtes provém das próprias vacas da exploração e mantém-se a aposta em métodos que privilegiam a qualidade e o compromisso com a comunidade.
Mais do que um hábito
Claro que a longevidade de María Branyas não pode ser explicada apenas por um alimento, ainda que saudável. O estudo reforça que se tratou de um aliciante entre outros fatores, mas que não pode ser considerado isoladamente.
Ainda assim, para os investigadores e para a própria La Fageda, o exemplo mostra como certos hábitos podem contribuir para um envelhecimento mais saudável.
“Talvez tenha ajudado a prolongar a sua vida, mas sem dúvida melhora a de quem trabalha aqui”, sublinhou Domènech, garantindo que a empresa continua fiel à ideia de “fazer iogurtes de sempre, mas bem feitos”, segundo aponta o AS.

 
			
							














