Quer acabar com a discriminação em função das ideologias ou amizades e dar respostas em tempo útil às solicitações dos munícipes. Dinis Faísca sente um desejo imenso de mudança por parte da população tavirense: “Tavira parou no tempo e necessita de um novo impulso”.
Lamenta que os últimos 11 anos de gestão autárquica sejam “o fazer por fazer”, sem o devido amadurecimento dos projetos, sem a participação de uma equipa pluridisciplinar na busca da melhor resposta, sem uma apresentação pública alargada e detalhada dos mesmos.
Fui educado para a preocupação social e o trabalho intenso em favor de todos
P – O que o leva a candidatar-se ao executivo da Câmara Municipal de Tavira?
R – O que me levou a aceitar o desafio de encabeçar a lista do PSD, como independente à Câmara de Tavira, foi a convicção que é possível estar na política com espírito de missão e humildade, ao serviço de todos sem olhar a cores, com o único propósito de melhorar a qualidade de vida daqueles que amam este concelho e o escolheram para aqui residir e criar condições de atratividade para que outros aqui queiram viver.
A minha candidatura é, também, uma afirmação de liberdade, de rutura com as cadeias do medo e da intimidação que se fazem sentir sobre aqueles que pensam de forma diferente. Não podemos ter medo de dar a cara por aquilo em que acreditamos e muito menos de sofrer represálias ou telefonemas intimidatórios, só porque queremos abraçar um projeto diferente. Não é admissível que se use o cravo na lapela e se coarte a liberdade de pensamento e expressão, que se alimente o medo.
Urge ouvir os tavirenses, sentir as suas dificuldades e anseios e envolvê-los nas decisões
Urge ouvir os tavirenses, sentir as suas dificuldades e anseios e envolvê-los nas decisões, para conjuntamente construirmos uma sociedade mais justa, mais preparada para dar resposta aos desafios criados por esta crise sanitária e económica que estamos a viver. Todas as nossas decisões e ações devem ser em função das pessoas e como respostas às suas necessidades.
P – Nos seus contactos com as populações, que receção tem encontrado?
R – Nos contactos que já fiz sinto um desejo imenso de mudança. Tenho sido recebido com muito afeto e reconhecimento de uma forma diferente de estar na política e na vida. Já várias pessoas me disseram que Tavira parou no tempo e necessita de um novo impulso.
Inicialmente era eu que contactava para escutar as ideias e sugestões; neste momento, já são as pessoas que me ligam para falar comigo e conhecer a minha equipa.
Mas, há um denominador comum em todos os contactos estabelecidos com a população, o medo de represálias, mas também uma profunda revolta e desejo de se libertarem das mesmas.
Tavira é uma das zonas do Algarve onde o acesso à habitação é mais difícil
P – Que balanço faz da gestão autárquica socialista em Tavira, nestes últimos 11 anos?
R – O que marca os últimos 11 anos de gestão autárquica é o fazer por fazer, sem o devido amadurecimento dos projetos, sem a participação de uma equipa pluridisciplinar na busca da melhor resposta, sem uma apresentação pública alargada e detalhada dos mesmos. Não há trabalho de equipa. Algumas obras realizadas por este executivo até fazem sentido, não é a necessidade das mesmas que está em causa, é a forma como são feitas. A dimensão, a volumetria, a localização, são discutíveis e deverão sê-lo, não durante a execução, mas durante a conceção. Mas, para tal deviria existir o esforço de envolver técnicos de diversas áreas de estudo e a população no seu todo.
Um município que se preze tem que governar pelo exemplo e não exigir aos privados aquilo que não cumpre. Proibir o uso de LEDS no centro histórico está bem, mas não pode coloca-los nos espaços públicos. Inviabilizar a construção com mais de três pisos no centro histórico é preservá-lo, mas não pode ser o município a desrespeitar essa regra fundamental. Exigir aos privados condições de acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida é fundamental na democratização dos acessos, mas o município terá de ser o primeiro a criar condições de acessibilidade aos seus edifícios.
P – O que distingue a sua candidatura do seu principal opositor?
R – O que distingue a minha candidatura é a capacidade de planeamento, em articulação e escuta da comunidade. O trabalho em equipa, o espírito de entrega generosa em prol do concelho, não discriminar em função das ideologias ou amizades e a resposta em tempo útil às solicitações. Em suma, a minha matriz de formação humanista. Fui educado para a preocupação social e o trabalho intenso em favor de TODOS.
“É prioritário criar condições para a fixação e captação de jovens”
P – Que propostas e projetos fundamentais tem para o futuro do concelho de Tavira?
R – Num contexto de pandemia, quando um número considerável de pessoas está a passar por necessidades importa, antes de mais nada, responder a essas mesmas necessidades.
É prioritário criar condições para a fixação e captação de jovens, através da aposta na formação profissional e no apoio ao empreendedorismo, à constituição e funcionamento de empresas.
O município deverá ser um facilitador e estar ao lado das empresas que se pretendam instalar no território, de forma a criar postos de trabalho e dinamismo económico.
Sendo Tavira uma das zonas do Algarve onde o acesso à habitação é mais difícil, urge promover uma política social de habitação. Depois de 12 anos sem que a Câmara Municipal de Tavira tivesse construído uma única casa de habitação, é chegada a hora de apostar não só na construção de habitação social, como, também, de habitação a custos controlados e em regime de cooperativas, em todas as freguesias do concelho.
É essencial a aposta no ensino artístico e na promoção da atividade física no primeiro ciclo, como forma de educar para a saúde e promover a qualidade de vida.
Fomentar a prática desportiva ao ar livre, com a criação de novos espaços e a abertura à comunidade dos existentes.
Fortalecer e promover a identidade cultural do território e a promoção e certificação dos nossos produtos autóctones. Apostar fortemente nos patrimónios, natural, cultural, dos saberes e tradições.
A saúde é uma das nossas grandes preocupações. Defendemos um serviço básico de urgências a funcionar em Tavira e a criação de uma unidade de saúde integrada que possa ser uma referência no Sotavento Algarvio.
Brevemente, apresentaremos o nosso programa de forma mais concreta e estruturada.
P – Quais são as suas perspetivas eleitorais? Existe um bom ou um mau resultado para si? E para o movimento que lidera?
R – Estou convicto que os tavirenses confiam em nós e irão reconhecer que somos diferentes e que nos propomos a fazer diferente. Iremos trabalhar intensamente para merecer a confiança dos tavirenses e esse será o nosso bom resultado.
A confiança dos tavivrenses será o nosso bom resultado
P – Sendo um cidadão não filiado em nenhum partido político, porque encabeça a lista do PSD?
R – Este projeto começou com a necessidade que um grupo de tavirenses, de diversas sensibilidades políticas e áreas profissionais, sentiu de construir uma alternativa consistente a apresentar às eleições autárquicas. Criámos grupos de estudo e reflexão nas mais diversas matérias de forma a dar robustez e envolvência.
O PSD local e regional acompanhou os nossos trabalhos e lançou-nos o desafio de avançarmos com o seu apoio. Aceitámos com a condição de sermos nós a construirmos o programa eleitoral e as respetivas listas, olhando unicamente à competência, disponibilidade, generosidade, envolvência comunitária e capacidade de trabalho.
Não sou filiado, considero-me um democrata com uma vincada preocupação social e prezo a liberdade individual sem a absolutizar.