As diversas “comemorações do dia da Juventude” em Portugal são interessantes mas não resolvem o que de mais importante os nossos jovens precisam.
Afinal para que interessará tanto “festival” nas praças públicas, atribuirem-se “meia dúzia de bolsas de estudo” aos jovens estudantes, livros, prémios escolares mas tudo isso só para alguns, sobretudo, os mesmos de fracos recursos, ou com bom aproveitamento escolar, etc.
Bem, sempre será melhor do que zero!…
Aquilo que é mais importante para os jovens portugueses tem sido ignorado, por quem de direito, sobretudo, de quem governa (nível central e autárquico).
“Uma geração de futuro hipotecada” com uma grande necessidade por casa própria, está a arruinar o futuro de Portugal, porque os rendimentos da maioria dos portugueses e a empregabilidade fraca ou instável, não suportam tanta sobrecarga de pagamentos mensais obrigatórios e impostos.
No meu humilde entendimento, os grandes problemas que afectam o nosso país carecem de medidas a serem implementadas por quem governa, sobretudo, ao nível central) – uma forma que seja estruturante e não com a aplicação de pequenos “remendos”, por parte da iniciativa, por exemplo de várias autarquias, ou ainda associações de carácter social!
Há pelo menos três grandes problemas neste país que ainda não se procuraram resolver de forma mais efectiva ou estruturante: a Saúde Pública, a Habitação e a Empregabilidade, sobretudo, esta para os nossos jovens, devidamente, qualificados.
Então, fazem-se as comemorações do dia da Juventude mas a seguir tudo isto desaparece como o “vento”.
Gastam-se milhares ou milhões de euros para comemorar o quê e aliciar ou alienar para quê!?
Será que terão em vista com esses “nobres” eventos, apenas o alcance de períodos eleitorais e a captação de votos aos nossos jovens!?
Não quero acreditar!
O Estado (contribuintes), investe milhões de euros nas escolas e universidades para formar jovens em cursos de vários especializações ou domínios e alguns dos cursos, até têm estágios profissionais assegurados.
Após a sua formação académica e mesmo profissional, não há empregos no país para esses jovens qualificados mas gasta-se uma exorbitância nos supérfluos em prol dos mesmos para quê?!
Bem, “o Zé da mana” não vive só das palminhas!…
Até parece haver maior empenho no investimento, ao apoiar mais a mão de obra barata, através de migrações vindas do exterior que são de pouca exigência de qualificação.
Depois pagam-lhes mal e a habitação a propor-lhes é de grande precariedade.
Há casos de imigrantes que se sujeitam a viver em grupos de cerca de 20 ou mais pessoas num apartamento T0 ou T1, alguns com uma só casa de banho e uma Kitchenette e depois comem salcichas, ovos, arroz e conservas!…
Por conseguinte, vamos perdendo a nossa geração de futuro e cada vez mais a população trabalhadora portuguesa vai ficando envelhecida e em vias de aposentação.
Quem não percebeu ainda o que está acontecendo, por exemplo com a nossa Educação e Ensino, por falta de professores qualificados, na Saúde falta de médicos e enfermeiros, engenheiros, arquitectos, etc, etc!
Em Portugal pagam-lhes mal com cursos superiores e a alguns, mesmo com experiência profissional mas a obtenção de um posto de trabalho estável, é ainda muito “peneirada”…
Daí emigrarem para países que lhes dão melhores condições de vida condigna.
Nem só do turismo, este nosso país deve estar dependente!
É importante sim mas é necessário existir uma produção sustentável.
Se o turismo mudar de rumo, ficaremos de “mão extendida”!
Será que os nossos “crânios políticos”, só pensam em licenciar mais construção de hotéis e outros edifícios ligados ao turismo e serviços!?
Quanto à habitação social ou a custos controlados contam-se a dedo para as necessidades reais, desde o Norte ao Sul do país e ilhas atlânticas.
Nem sequer são aproveitados os milhares se edifícios do Estado, abandonados, degradados, ou sem utilidade pública, pois porque não os transformam para habitação?!
Ponham olhos no investimento que outros países europeus fazem, sobretudo, os nórdicos na habitação.
A Suécia é um dos exemplos e tem mais ou menos a mesma população que Portugal…
Precisamos de medidas urgentes estruturantes e não de um sistema “gota a gota”.
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