Alguns passageiros ficaram retidos durante uma noite depois de os controladores de tráfego aéreo do aeroporto terem terminado o seu turno sem esperar pela descolagem do avião. O incidente ocorreu na noite de sábado, quando o voo RK3209, que partiu de Málaga com destino a Manchester, foi obrigado a aterrar no aeroporto espanhol devido a uma emergência médica a bordo.
Durante o voo, uma pessoa sofreu de problemas de saúde, levando o comandante a desviar a rota para garantir assistência médica. O avião aterrou em Bilbau, onde o passageiro foi desembarcado e encaminhado para uma unidade hospitalar. A situação decorreu sem incidentes, e o avião foi reabastecido para retomar a viagem até Manchester.
A impossibilidade de seguir viagem
No entanto, quando a tripulação se preparava para descolar, foi informada de que os controladores de tráfego aéreo já tinham abandonado as suas funções. Segundo os responsáveis do aeroporto, o plano de voo ultrapassava o horário operacional do aeroporto, o que impediu a autorização para a descolagem.
A decisão apanhou os passageiros de surpresa. Muitos esperavam poder seguir viagem assim que o problema médico tivesse sido resolvido, mas acabaram por ser informados de que teriam de passar a noite em Bilbau. Segundo relatos de passageiros, a Ryanair informou-os de que poderiam organizar a sua própria estadia e posteriormente pedir o reembolso das despesas.
A companhia aérea referiu que tentou encontrar acomodações para os viajantes, mas a disponibilidade de quartos era reduzida naquela noite. Assim, cada passageiro teve de gerir a sua estadia até que o voo pudesse partir no dia seguinte.
Direitos dos passageiros e impacto do atraso
Devido às regras de descanso obrigatório da tripulação, o avião apenas conseguiu descolar de Bilbau às 13h01 de domingo, cerca de 14 horas depois do previsto. O atraso gerou frustração entre os passageiros, que sentiram falta de apoio durante o tempo de espera.
Um porta-voz da Aena, entidade que gere o aeroporto de Bilbau, explicou que o voo foi impedido de partir porque a sua previsão de descolagem ultrapassava os limites do horário operacional do aeroporto. Esta situação acontece quando um voo não consegue obter autorização dentro do período permitido, obrigando a um reagendamento.
Os passageiros afetados podem ter direito a reembolsos e compensações, consoante as regras europeias de direitos dos viajantes. Estas regras preveem que, em caso de pernoita forçada, as companhias aéreas sejam responsáveis por fornecer alojamento, refeições e transporte entre o aeroporto e o hotel.
No entanto, segundo a Executive Digest, a aplicação destas regras depende de vários fatores, incluindo a existência de representação da companhia aérea no aeroporto afetado. Se a companhia não tiver uma equipa no local, os passageiros podem ter de pagar as suas despesas e pedir o reembolso posteriormente.
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A resposta da companhia aérea
A Ryanair, em declarações sobre o incidente, destacou que notificou os passageiros sobre a situação e ofereceu informações sobre como proceder. No entanto, reconheceu que a disponibilidade de alojamento era limitada, o que dificultou a prestação de apoio direto.
Para os passageiros, a experiência foi marcada pela incerteza e pela falta de respostas imediatas. Muitos esperavam uma solução mais rápida para evitar uma longa espera numa cidade onde não tinham planeado pernoitar.
Especialistas em aviação indicam que este tipo de situações pode acontecer em aeroportos com restrições de funcionamento. Algumas infraestruturas aéreas têm horários fixos para operações, o que pode levar a atrasos inesperados quando um voo precisa de partir fora desse período.
Para evitar situações semelhantes no futuro, alguns especialistas sugerem que companhias aéreas devem garantir planos de contingência que permitam assistência imediata aos passageiros em caso de imprevistos.
A história deste voo da Ryanair levanta questões sobre a flexibilização dos serviços aéreos, especialmente em situações de emergência. Se os controladores tivessem permanecido em serviço por mais alguns minutos, a descolagem teria sido possível e o voo teria chegado ao destino com um atraso reduzido.
Os passageiros agora têm de aguardar a resposta da Ryanair para reembolsos e eventuais compensações. O caso também pode levar a um debate sobre a necessidade de regras mais flexíveis para operações aéreas fora do horário previsto.
A aviação comercial continua a enfrentar desafios na gestão de situações inesperadas. Este incidente em Bilbau demonstra a importância de um planeamento eficaz e de medidas rápidas para minimizar o impacto nos passageiros.
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